sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

VOLTEI!

Parabéns, Marilena Soneght,
pelo seu aniversário. Os céus façam chover além de tantas águas, como nesse tempo,
muitas energias divinas sobre você.

Deus a abençoe e dê muitas forças nas lutas que sei que empreende todos os dias.

Nossa Senhora cubra-a com seu manto de amor, guarde-a na paz do seu olhar.


Nota: Estive com alguns problemas técnicos e só consigo "voltar ao ar", hoje 31 de dezembro.
Até já.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Carta a Sonia Lora.

Querida Sonia,

As palavras são palavras e nem sempre traduzem o que desejamos dizer, ou melhor,  comunicar. Às vezes irritam, quantas vezes alguém nos está falando e preferiríamos que calasse, quantas vezes o que ouvimos não é exatamente o que precisamos ouvir, quantas e quantas vezes gostaríamos de ouvir o que ninguém nos diz.
Assim é que ao tomar essa iniciativa, não me falta a certeza de que posso dizer, mas devo estar ciente, absoltamente consciente de que entre a teoria e a prática a distância que existe pode ser abissal.
Ontem, você provou aquela sensação que muitos milhões de outros nossos semelhantes já provaram com bem maiores (e bota maior nisso) consequências. Em plena luz do dia, sol a pino,  um marginalizado (não disse marginal), nada menos,  ordena-lhe que saia do seu carro, entra e o leva com muitos pertences que lhe farão falta e outros que obter segundas vias lhe consumirão energias, gastos...
Certamente, a sensação é de perplexidade: aconteceu comigo!
Dir-lhe-á alguém: "vão-se os anéis, ficam os dedos". É verdade. Mas hoje o que você está a provar, turba o entendimento perfeito, rouba o brilho das ações e dos olhos, confunde a mente.
"Há coisas piores"...  gostaria que soubesse que compartilho sua decepção, ou não entender e faço minhas as suas orações ao rezar pelo que a feriu na alma. É o melhor a ser feito.
Lembre que já passou por momentos diversos cujo quilate era bem mais alto e que a consumiram um pouco, porém, decorrido certo tempo, não passam de lembranças que esmaecem sempre mais.
É assim, tal qual afirmou Teresa, a grande: ... tudo passa só o amor fica.
Se não puder ser diferente, acolha todos os sentimentos que os puder provar, transforma-os em rosas, margaridas, violetas, orquídeas. Na próxima quarta-feira, dia do seu encontro semanal com Nossa Senhora lá no Convento da Penha, leva o imenso masso perfumado, deponha no altar da Mãe. Ela que já está ao seu lado, prevenindo suas necessidades, com os mesmos sentimentos que a moveram em Caná, dissipará as nuvens e fará brilhar o sol do perdão, do acolhimeto e da graça conduzindo-a ao amor do Filho.
Na porta da casa, inverta os papéis e batendo, diga a Ele: eis que estou à sua porta e bato.  (Ap. 3,19)     

Aquele abraço

Marlusse                      

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PONTES, PARA QUE SERVEM?



Fiz companhia a Sonia na divagação de suas lembranças daquele moinho. Daquele sim, porque embora na região em que viveu sua infância, pudessem ter existido outros moinhos, aquele era o da sua casa, seu moinho. Único entre tantos.
Nossa cronista, num passe literário, encadeou os atos e utilidades propiciadas pelo moinho que: “fazia o milho virar fubá, que era colocado em uma panela de barro, que se fazia uma polenta, que a polenta era o nosso jantar e que o moinho “amanhã” ia rodar novamente”. Quanta sabedoria havia nos antigos, em quem descobriu modos de não passar falta, ter os meios com que fazer, embora a luz elétrica não existisse em todo lugar.
Mas eis que de repente a amiga falou de solidão ao mesmo tempo que rechaçou a possibilidade de sentir-se só, até porque diz ela: “não suporto a idéia de que perdemos oportunidades de vivenciar momentos mágicos”.
Entretanto, confesso que precisei chegar à última frase, pois, de tudo o que  realmente me prendeu no seu escrito foi quando disse, encerrando o texto: “o meu amado moinho deu lugar a uma ponte pequena, por onde ninguém mais passa”. E o que parecia um encerramento na verdade se fez começo dessa feita, da minha divagação.
Para que servem pontes? É fácil responder, basta olhar uma. Elas são construídas desde as mais simples, apenas para o que servem. São utilidades que permitem às pessoas atravessarem por cima de canais fluviais de maneira mais segura, mais rápida, mais eficaz. São passagem de quem deixa o lado de cá, rumo ao lado de lá. Pontes servem para unir, quem vai ao encontro, separar quem não quer mais ficar.  Desse modo, se tornam relevantes, deveras importantes para a vida moderna, sua falta se constitui em dificuldades e  verdadeiro entrave ao desenvolvimento e ao progresso.
Imagino que no lugar do moinho havia um curso dágua em nada insignificante, até porque não foi simplesmente colocada uma “pinguela” (aquele tronco às vezes grosso, outras, nem tanto, que exigem equilíbrio),  mas se construiu uma ponte.
Como é que agora ninguém mais passa por lá? Não é só pela ponte das lembranças de Sonia que ninguém mais passa. Há inúmeras pontes que foram abandonadas, que caíram com o tempo e não foram refeitas, perderam importância.
É que essas pontes se constroem com cimento e ferro, ou com boa madeira como as que tio Gigi fazia. Há pontes que não precisam desses materiais, são representadas pelos sentimentos, por onde se passa livremente, não se paga pedágio. São seguras, afagam, enternecem, enxugam lágrimas, enriquecem, chamam-se amizade, acolhimento, misericórdia, ternura, amor, há quem prefira a travessia a nado, se cansa e demora mais, mas a grande maioria transita por elas num ir e vir constante, os transeuntes caminham com firmeza, ninguém entrava a passagem do outro.
As luzes-sorrisos representadas pelo brilho do olhar, pela placidez de cada face dão testemunho, é só contemplar.    
8/12/2010 00:08:54                   

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Imaculada Conceição

Caro(a) Leitor(a)

A festa da Imaculada nos coloca diante de um dos momentos mais intensos da história, um momento mágico ou cheio de graça, como sua principal protagonista foi reconhecida, daí porque o repetimos, quando a saudamos: Ave ó Maria, cheia de graça.
Gosto de construir como apoteose no meu pensamento, um provável momento em que materializado o tempo, a Santíssima Trindade decidiu que para resgatar a humanidade do pecado e consequentemente da morte, a segunda pessoa, Jesus, viesse à terra e que tal aparecimento não fosse resultado de um ato singular decorrente do próprio poder, mas em tudo semelhante ao como nascem todos os homens, isto é, concebido no seio de uma mulher que após o período gestatório O fizesse vir à luz. O ventre que servisse à realização de tal propósito, fosse íntegro, limpo, puro, liberto de toda mácula e tudo aconteceu num 08 de dezembro.
É festa da Imaculada Conceição, festa da Vida e da predestinação de Miriam para ser Mãe do Filho de Deus. É a festa das festas entre as que se dedicam à Nossa Senhora.
Nosso coração se engalana. Nosso peito se estufa e sentimos que se trata daquela que assumiu em todos os termos a maternidade confiada pelo seu filho, ao mesmo tempo em que muda de papéis e se faz irmã para quem precisa de uma irmã, amiga para quem precisa de uma amiga, companheira para quem não quer andar só, mas é, sobretudo mãe. Mãe dotada de um coração imenso capaz de abrigar todos os filhos, de pensar e prevenir individualmente suas necessidades, proteger e abençoar.
Passam as gerações, mudam-se hábitos, tudo acontece e a devoção a Nossa Senhor permanece numa demonstração segura de que homens e mulheres reconhecem seus atributos e sua grandeza singular, reconhecem sua intercessão e agradecem seus favores.
Desejo-lhe provar a mais santa alegria nesse dia da Imaculada Conceição. Ela que como ninguém soube amar Jesus nos inspire o que devemos fazer, como fazer; o que devemos pedir, como pedir; enfim, sirva-nos de despertador quando adormecemos e pela indiferença nos tornamos incapazes de amar ao próximo forma que traduz e atesta se amamos deveras a Deus.

Com afeto,

Marlusse

8/12/2010 00:43

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

VAMOS MALHAR

Não é de fácil imaginação a paz que seria experimentada, a beleza em que o mundo se tornaria, como a vida seria muito melhor, se todos fossem para o outro o que gostariam que o outro fosse para si.

Melhor ainda ou ainda mais tendo a iniciativa de ser o primeiro, não esperar ser amado para amar, não esperar ser compreendido para compreender, não esperar receber para dar. Você acha que não é fácil, eu também. Você acha que é impossível, ah isso eu não acho não.

Ficou difícil sim perdemos ou nunca adquirimos o hábito “de fazer” celebrando a paz.

Falei em hábito. Hábito é um gesto, um costume que vivemos ou que repetimos com freqüência. Quando o hábito é bom praticamos o bem, o contrário? O contrário é o contrário, um desastre, uma pena.

Alguém disse que o hábito determina as ações humanas, como no caso da educação, a gente tem que fazer enorme esforço, alguns exercícios para se acostumar, depois que se acostuma, fica fácil.
Estamos no advento, preparando-nos para mais uma vez comemorar o Natal de Jesus. Vamos malhar?
Tem gente que malha para manter o corpo em forma. Vamos malhar os nossos gestos para serem agradáveis, vamos malhar nosso vocabulário, vamos malhar as palavras que dizemos para que os outros gostem de nos ouvir. Vamos malhar nossos sentimentos, se forem ruins, fora com eles e como resultado teremos paz na terra entre os homens pro Ele amados.

domingo, 5 de dezembro de 2010

ERRADICAR A POBREZA

Tornou-se argumento de discussões diversas e de dúvidas as maiores, o fato de a Presidente eleita Dilma Roussef ter afirmado em sua campanha o propósito de erradicar a pobreza.

Casualmente, estava assistindo o programa partidário numa oportunidade em que ela afirmou: "vou erradicar a pobreza".

Não é ofensa dizer a uma pessoa, você não leu a Constituição Federal. É verdade, a grande maioria desconhece os grandes objetivos fundamentais do Brasil no seu texto esculpidos. Vejam:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
 III - ERRADICAR A POBREZA e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

A cerimônia de posse na sua suntuosidade esconde momentos amargos que vão ser vividos pelo Presidente e que não devem ser simplesmente relegados ou fazendo de conta que não existem. Quando a Senhora Dilma Roussef assume esse dever, ela apenas o faz imbuída da consciência do dever que lhe assiste, ou seja, cumprir a Constituição Federal. Ao proferir o seu juramento (de posse) ela dirá exatamente: "Juro, cumprir a Constituição e as Leis". Não pode fazer com os dedos cruzados, como quem anula com o gesto o que proferem os lábios, daí o braço estendido.

Cai porque bem pensando, nenhum Presidente precisa elaborar um programa de Governo com outros propósitos, da Constituição já consta tudo o que deve ser feito.

Pobreza é viver em situação de miséria, é não ter salário digno, é a falta de educação e saúde que muitas vezes é também a principal causa da criminalidade. Trata-se sem dúvida de uma tarefa gigantesca a qual  se torna maior pelo fato de a maior pobreza não ser  a que deriva da situação de miséria a que estão relegados os despossuídos.

O problema é outro e decorre de um outro tipo de pobreza, certamente deplorável, a pobreza de espírito e Dilma terá muito que lutar contra esses outros pobres, os que preferem que essa massa de pessoas humanas cheias de dignidade (inc. III, art 1º CF), permaneça onde está para que continue servindo aos seus propósitos mesquinhos e exploratórios.

Ela vai-se deparar com verdadeiras tropas de choque, opositores ferrenhos que ameaçarão sua estrutura governamental. Esperamos que seja mais forte.  Vai ter que passar por cima de muitos interesses. A futura Presidenta poderá fazer isto. Não lhe faltarão autoridade e vontade e ao Brasil não faltam recursos capazes para o necessário suporte.

Erradicar a pobreza não é falácia, cumpre que aconteça. Nossa Pátria é muito grande, rica e próspera e precisa que seja realmente de todos em todos os termos.

Marlusse Pestana Daher
5/12/2010 10:34:34

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

LITURGIA MUSICAL

Ouvem-se muitas pessoas dizerem que gostam de ouvir música! Inegavelmente,  a música tem um imensurável poder de enlevar, de transportar o espírito de torná-lo leve e assim quase a alcançar o êxtase. Poucas vezes a oitiva primeira de uma música me absorve. Do mesmo modo, letra de música em língua que não domino dificilmente me coloca no estado que descrevi. Uma das minhas canções preferidas é o tema do filme “Suplício de uma saudade”: É tão sublime o amor, (Love is many splendored thing).Por ter assistido o filme e conhecer a letra, quando ouço a música, simplesmente mergulho no âmago da beleza e vou fundo. Acresce-se que são encontradas orquestrações de diversos ritmos, ainda que haja um muito melhor, ou seja, aquele que soa no filme.Definitivamente, em significativa proporção, as composições hodiernas são verdadeiras bobagens, sem início, sem meio, nem fim, frases desconexas, ritmos alucinantes e pouco ou nenhum valor emocional de verdade. Ao contrário, ouça-se a orquestra de Ray Conniff. Cada acorde é estupendo. Percebo cada um individualmente. E para não se dizer que falo de clássicos, revelo que o mesmo acontece com as baterias de Escolas de Samba, o conjunto é espetacular, há nuances que precisa saber perceber, o som do tamborim, da cuíca... Só assim, saboreia-se a plenitude. Quem sabe de mim, sabe também que gosto muito, muito mesmo, da música popular brasileira. Como se pode não gostar de ouvir e cantar: “Deixa a vida me levar, vida leva eu...”. Ou “das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que gosto de ter” (Isolda); “Viver e não ter a vergonha de ser feliz” (Gonzaguinha).  Ou nada menos que todas as composições de Adoniran Barbosa, incrível leitor do cotidiano que conseguiu levar para a música e para o verso o sabor do que mais belo há nessa vida: as circunstâncias, sentimentos e tudo que envolve caminhantes dos dias, todas as pessoas e principalmente os que se incluem entre os economicamente fracos. A música tem também uma missão, falar da cultura, contar a vida, transmitir mensagem, para que quem vier depois tenha como saber o que pensavam, como agiam, como faziam o que faziam seus ancestrais.Há definições: “a música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas) é uma forma de arte que constitui-se basicamente em combinar sons e silêncio seguindo ou não uma pré-organização ao longo do tempo”; é também: “arte que consiste em combinar sons de forma harmoniosa”.Aceito os dois conceitos como forma inicial de penetrar o significado, tanto quanto ouso dizer que são incompletos, nunca soube que sentimentos imensos, abissais, possam ser definidos. Quem mergulha na música não pára para definir, não tem como e quando volta ao seu natural não encontra palavras.Bem pensando ao se ouvir uma música, que nos penetra e nos enleva, celebramos sentimentos e para isso há toda uma liturgia a comandar esse ritual.
Marlusse Pestana Daher 1/12/2010 02:00

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O ADVENTO CHEGOU

Ontem, 28 de novembro, comemoramos o primeiro domingo do advento o qual marca nosso ingresso nesse tempo fértil que se traduz na preparação da chegada de Jesus.
Segundo D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa: o tempo litúrgico que hoje iniciamos, preparação para a Festa do Natal do Senhor, propõe-nos a vivência e o aprofundamento da virtude teologal da esperança. E o momento presente da Igreja e da nossa sociedade sugerem-nos a urgência da esperança.
A esperança é uma virtude teologal, porque só o amor de Deus a pode suscitar no nosso coração, dando dimensão nova às esperanças humanas, à espontânea capacidade humana de confiar e esperar. A esperança brota da fé e alimenta-se da caridade. Brota da fé enquanto adesão confiante a Jesus Cristo. E quando se escolhe seguir Jesus Cristo, aprendemos a não fundamentar a nossa confiança e a nossa capacidade de lutar apenas nas forças humanas, mas no seu amor. São Paulo é claro, quase violento, na instrução que dá aos cristãos de Roma: “não vos preocupeis com a natureza carnal (…) mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rom. 13,14). É esta relação forte com Jesus Cristo, que transforma a nossa vida, que é o fundamento da nossa esperança. É por isso que ela se alimenta da caridade, esse ser tocado desde já pela voragem do amor de Deus, sem poder ainda fruir da sua plenitude. É aí que aprendemos verdadeiramente o que é o amor, de Deus e dos irmãos. Procurar ser fiel, na nossa vida, a essa relação de amor, é aproximarmo-nos sempre mais da plenitude do amor, é sentir que a nossa salvação está mais próxima. É ainda Paulo quem o afirma: “a salvação está agora mais perto de nós do que quando abraçamos a fé” (Rom. 13,11). Quanto mais nos envolvermos com Jesus Cristo, em fidelidade de amor, mais perto estamos da salvação, na vivência que dela é possível neste mundo, pois a sua plenitude só a alcançaremos na pátria celeste.
Para quem tem fé, o advento se constitui em excelente oportunidade de relembrar o grande mistério pelo qual Deus demonstrando absoluto desapego de sua condição divina, despojou-se dela e fez-se homem, nada menos, para que os homens fossem salvos, se tornassem como Ele, readquirissem a semelhança divina, mediante a qual foram criados.
É igualmente um tempo forte, olhemos para Cristo presente na humanidade e representada por todos os homens. Tudo quanto endurece os corações se há de dissolver à luz do Evangelho e hão de ser vistas atitudes novas que os homens aprendem com Ele.
O Filho de Deus nasce como homem, o advento é também tempo de nascimento.
Tomara que todos estejamos dispostos a construir um tempo novo, deixemos de lado o velho homem e comemorando o nascimento de Jesus, renasçamos com Ele com os mesmos sentimentos que O trouxeram ao mundo: o propósito de realizar uma missão salvadora que retire todos os homens de qualquer situação degradadora a que esteja submetido.
Tudo fundamentado na Esperança, que como a Fé e a Caridade, é virtude teologal.
Creiamos, um novo mundo é possível, um mundo sem divisão de classes, um mundo sem traficantes, sem opressores, onde cada pessoa possa não se sentir angustiada pela falta de emprego, logo, de um salário que assegura o pão na mesa, por exemplo.
Este é o Natal que queremos para nós. Este é o Natal que vamos desejar a todos, com a graça de Deus e sob o olhar de Nossa Senhora. Preparemo-nos.

Marlusse Pestana Daher
29/11/2010 15:10

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

DE GRAVATA BORBOLETA

Dia desses passava pela mesma rua - até gosto de variar, mas há momentos que tem que ser a mesma. De repente, cerca de 10 h, uma figura singular me chamou atenção. Certamente, antes de mim, todas as outras pessoas que a viram, provaram a mesma sensação, terão feito comentários se acompanhadas e dificilmente de volta à casa, aquele singular encontro ou quem sabe uma visão, não terá sido assunto de alguma conversa acompanhada de riso.
Não parecia exibicionismo, pela expressão da face, pelo caminhar despretensioso, nem tão vagaroso, nem que se possa chamar de célere, ia nosso personagem.
Bem penteado e bem barbeado, de bermuda não muito acima do joelho, camisa quadriculada em tom claro, na gola, nada menos que uma gravata borboleta em tom verde.
Numa visita a informações históricas a respeito, constatei que o que se sabe sobre o uso de tal acessório é bastante antigo. Originou-se no fato de os egípcios colocarem em volta do pescoço das múmias, uma espécie de amuleto que era conhecido como “sangue de Ísis”. Era feito de ouro ou cerâmica, e destinava-se a proteger o morto dos ‘perigos da eternidade’.
Em pleno 2010, persiste o uso de gravatas e em maiores solenidades, geralmente quando o terno ou smoking é preto, casualmente, é usada a gravata borboleta. Tem-se noticias de que teria sido criada por marceneiros croatas no século 17, durante uma guerra. Posteriormente, coube ao franceses pegaram a ideia e constituí-la na forma que conhecemos hoje.
De bermuda, camisa quadriculada de manga curta, usar gravata borboleta para o passeio matinal, a primeira impressão que causa é de que se trata de um meio maluco: veste o que vê, o que acha que está bom, a opinião dos outros, mas que importância tem?
Depois de algumas horas, não muitas em que a visão me voltava à lembrança, deparei-me considerando que o que poderia estar acontecendo na verdade, era alguém que resolve desafiar opinião, risos, sarcasmo, ridículo, na verdade, alguém que gosta de se divertir, até da “cara dos outros”, em tempos de tanto enrugar de testa e preocupação, de notícias que os que optam pelo crime estarem resistindo à ordem e dizimando pessoas de vários modos, alguém resolve fazer algo diferente, para se divertir e divertir quem o visse. E não é que há grandeza nesse gesto!
Pode até ser o caso de se dizer, temos muito mais o que pensar do que ficar-nos ocupando de um tipo singular. É verdade, mas que me valeu, valeu, olha ai minha crônica.

Marlusse Pestana Daher
Vitória, 26/11/2010 13:56

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

SEMPRE GOSTEI DE ESCREVER

De repente me deparo que escrevi de mim, sempre gostei de escrever. Numa confirmação de minhas palavras meu pensamento volve ao passado, lá pelo início da segunda década da minha vida, quando assentada sobre travesseiro e mais o que podia reunir para dar altura, naquela cama patente, ao lado de uma parede, onde certa feita tive impressão ter subido uma aranha caranguejeira que me mordeu o dedo da mão, ainda que ao exame a luz de um lampião a querosene, nada se tenha confirmado por papai e mamãe que ouvindo-me gritar, vieram em meu socorro.
Ao lado da cama, uma mesinha quadrada, que papai mandou um carpinteiro fazer. Teria uns cinqüenta centímetros de cada lado e gaveta. Era envernizada. Tudo em reconhecimento ao meu gosto de escrever. Foi um dos melhores presentes que me deu, exceção feita é claro, à caneta Parker, daquela listradinha de cor marron, a pena grande é de ouro, quando fiz oito anos e que ainda hoje conservo.
Imaginem minha pose levando-a ao peito, enquanto no Grupo Escolar, em dia de prova, os colegas levavam uma caneta daquelas e um tinteiro que não raramente causava verdadeiros banhos azuis. Viam-se aquelas mãos, blusa e a saia vermelha e pregueada do uniforme sujíssimas de tinta.
Quando me predispunha a escrever, após ir-se a luz elétrica, após o terceiro sinal para tanto, (a luz era fornecida por um motor, acho que a Diesel. Acendia ao anoitecer e se apagava por volta das 23 h, invariavelmente), pois bem, eu sempre tinha uma vela colada numa caixa de fósforos e à luz de vela escrevia talvez até meia noite, digo-o, no entanto sem muita certeza. Nunca conferi o despertador que ficava em cima do armário na cozinha da casa.
Se ouvisse algum barulho e pensasse que podia ser o papai levantando-se, apagava a vela. Muito fácil, bastava um sopro, ainda que ficasse aquele odorzinho característico de vela apagada.
Como escrevia! Poesias e crônicas e o que me viesse a cabeça e que onde foram acabar jamais saberei. Não havia preocupação com estilo, era escrito o que o pensamento ia ditando.
Assim me lembro que foi o começo. O gosto permanece, portanto, tranqüilizo-me que corresponde a uma verdade por inteiro o meu dizer, sempre gostei de escrever.

Marlusse Pestana Daher
24/11/2010 16:36

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

UM HOMEM DE TRANÇA

No meio da multidão que vai e vem concentrada no centro da grande cidade como é comum acontecer, gente que passeia, gente que sai de casa só pelo hábito ou prática cotidiana de fazê-lo, já se acostumou, tem que sair, gente que vai e vem do trabalho, vestida de todas as formas, conforme o nível social ou a condição econômica que tem, uma figura distinguia-se.
Vestia calça bege e camisa listrada, por sinal bonita. Alto, esguio, passaria despercebido, não fosse a trança jogada ao peito, através do ombro esquerdo, rala, como raros eram os cabelos que lhe restavam na cabeça.
Fitei aquela pessoa, ainda que por breve momento, já que o fenômeno aconteceu. O fitar alguém é como um poderoso atrativo, não tardou que ele me fitasse também. E tive que desviar meu olhar. Aquele tempo de contemplação, no entanto, fora suficiente para imprimir de forma indelével como fotografia a imagem que me arrebatara.
Não me pareceu pessoa aquinhoada pela fortuna, quem sabe até pelo amor de verdade, exceção feita ao de mãe. Não me pareceu que se tratasse do tipo que se deu bem no que fez e que pode-se dar a não prática de uma atividade para continuar provendo a própria vida ao menos do básico para viver com dignidade.
É provável que se trate daqueles tipos que por adotarem certos parâmetros como o de se pentear, por exemplo, tenha sofrido achincalhes e para manter o próprio gosto tenha sido necessária uma grande capacidade de superação e assim apesar dos olhares, aqueles olhares, não renunciar ao próprio gosto, tipo, que importa o que os outros pensem ou que não gostem, eu gosto é quanto me basta.
Transparecia faltar alegria naquela face enrugada, de grandes sulcos emoldurando a boca cujos lábios não mais o compõem com harmonia, espremidos que foram talvez pela ausência de dentes, nosso personagem desfilava entre a multidão que se acotovelava na calçada imprópria, feita parada de coletivo, se desviava daqui e dali e seguia impoluto.
Não parecia que devesse ir a qualquer lugar. Pode ser que naquele dia estivesse de folga do trabalho, muitas são as hipóteses de sua presença ou para onde ia.
Mas havia uma trança, feita com pouco volume de cabelos que exibiam também a chegada daqueles de cor branca, digamos que eram tantos pretos, quantos brancos, a sua trança, escolha feita com carinho, aguardada com ânsia os cabelos que cresciam, se alongavam, até atingirem a possibilidade de uma vez trançados, serem jogados por cima do ombro, era a realização. Um sonho acalentado, uma expectativa alcançada e apesar de a imposição de outros condicionamentos não permitirem o externar, em seu íntimo provava alegria.
Era quanto bastava, para o desfile proposto, gostassem ou não, que todos vissem sua trança.

Marlusse Pestana Daher
22/11/2010 00:02

domingo, 21 de novembro de 2010

ORAÇÃO

Ó meu Deus! Ó Tu que perdoas os pecados!
Tu que concedes dádivas e afastas aflições!
Suplico-Te, verdadeiramente, que perdoes os pecados dos que abandonaram as vestes físicas e ascenderam ao mundo espiritual.
Ó meu Senhor! Purifica-os das transgressões; as tristezas, desvanece-lhes e transforma sua escuridão em luz.
Permite que entrem no jardim da felicidade, purifiquem-se com a água mais límpida e, no mais sublime monte, contemplem Teus esplendores.

'Abdu'l-Bahá

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

APRENDI

Aprendi
qe ninguém é perfeito
até que nos enamoremos.
Aprendi... que a vida é dura
Mas eu sou mais.
Aprendi
que as oportunidades não se perdem nunca
as que deixamos passar
uma outra pessoa as apanha.
Aprendi
que quando me deixo possuir de rancor e amargura
a feliciade vai em frente.
Aprendi
que é necessário usar palavras doces
porque amanhã
pode ser que seja preciso comê-las de novo.
Aprendi
que um sorriso
é um modo econômico de melhorar nosso semblante.
Aprendi
que não posso escolher como me sinto...
mas posso sempre fazer alguma coisa
Aprendi
que quando a criança recém-nascida
segura nosso dedo em sua pequena mãozinha
nos segurou pela vida.
Aprendi
que todos preferem viver em lugares aprazíveis,
mas que toda felicidade e crescimento advém enquanto escalamos.
Aprendi
que convém antes aproveitar a viagem
sem pensar no lugar de chegada.
Aprendi
que só se deve dar conselhos em duas circunstâncias:
quando são solicitados ou quando deles depende a vida.
Aprendi
que quanto menos tempo gasto,
mais coisas faço.
(Autor desconhecido)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

MENORIDADE PENAL SIM

Constituidos em dilema para Deputados Federais e Senadores, tramitam no Congresso Nacional, ultrapassarão a atual legislatura (ao menos nove) projetos que visam a redução da maioridade penal. A iniciativa decorre da parte daqueles que entendem que o adolescente infrator aos dezesseis anos, já tem o mais pleno conhecimento da gravidade do que pratica, da conduta pela qual se determina. Pode até ser.
A atuação no Juizado da Infância e da Juventude permite que se tome conhecimento de casos os mais díspares, com as mesmas sutilezas, habilidades ou mais, praticadas por adolescente que em nada o diferencia do que o maior de idade faz.
Damásio de Jesus e outros penalistas alertam que a mudança não é simples, uma vez que a maioridade é cláusula pétrea constitucional e via de consequência não pode ser mudada. Implicaria em alterar também o Código Penal, o Código de Processo Penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente. Não se entende, portanto, porque os Srs. Parlamentares adiam tanto uma definição indiscutível. Votem pela inconstitucionalidade e ponha-se um ponto final. Trata-se de um tema que não pode ter julgamento político, isto é, quando se pretende, ou até se deve dar satisfação à sociedade em determinado caso.
Quando Deus criou o mundo extasiou-se ante o que via, porque tudo era bom. Se as coisas são boas, muito melhores são as pessoas, todos os que nascem, inclusive o adolescente que acaba por vir a ser taxado de infrator. Esses adolescentes não são ruins foram tornados ruins, não são marginais, foram marginalizados.
Corre-se o risco de tornar repetitiva, mas vai-se assumir e dizer mais uma vez que eles não chegam a tal ponto de uma hora para outra. Há todo um processo de degeneração de suas vidas, provocada pela falta de moradia, pela fome, pelas privações de toda sorte e quando descobrem que mesmo que seja mediante uma maldade, conseguem o que desejam, partem com tudo para conseguir.
Idade a ser tida em conta, não é só a melhor, como eufemisticamente se trata os que ultrapassam os 60. Cada idade tem seu tempo e “tudo tem seu tempo certo debaixo do céu”. (Ecl 3,1). Deputado muito jovem? pode dar no que deu. Promotor e Juiz jovem, por exemplo, tem que receber uma preparação para desempenhar o cargo. É perigoso facultar-lhe pura e simplesmente o porte de arma, por exemplo. Enfim, o processo que prepara a pessoa para ser o que deve ser e fazer o que deve fazer é exigente e não pode ser desconsiderado em nenhum detalhe. Impõe-se uma preparação.
Não se vê preocupação com o momento que precede o seguinte cujo viver pode significar muito mais do que se tem em reservas, para ultrapassá-lo. Quando a meninada está na rua, cheirando cola, cometendo pequenos furtos, faz-se de conta que não se está vendo. Mas quando imita o adulto que comete crime, quer-se simplesmente penalizá-la.
Educação ainda é a grande meta, preparação contínua e eficiente para que as novas gerações assumam progressivamente e eficientemente sua função em cada momento da vida. Isto tem que ser exigido.
E principalmente, enquanto a pobreza for tórrida, quase nada será refrescante.

dahermp@hotmail.com

terça-feira, 16 de novembro de 2010

EMBARGOS À CIDADANIA

Todos têm direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

A afirmação não é minha. Trata-se do inciso XXXIII, do art. 5º, da Constituição Federal, no capítulo DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, no título DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.

Este dispositivo está entre aqueles, mediante os quais, quis o legislador constituinte, numa obediência a preceito universal, assegurar a todos os brasileiros e estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

Portanto, ele é o fundamento do mesmo direito que assiste a qualquer cidadão, independente de credo, cor ou raça, de requerer em qualquer repartição pública, a qualquer autoridade, quaisquer informações, quaisquer certidões ou o que quiser obter, estando a autoridade obrigada a prestar, tendo como única restrição o sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, hipótese, com certeza, remota na grande maioria dos casos.

Portanto, se uma pessoa requer a um Secretário de Estado, informação sobre determinados atos que o mesmo praticou, por exemplo, nem precisa pertencer a qualquer conselho ou organismo paraestatal, para resultar que aquela autoridade está na obrigação de fornecer o que for pedido, note-se, sob pena de responsabilidade.

Faz parte da transparência que deve orientar a administração da coisa pública. Bem como, o agente público que se pauta conforme a lei, não tem o que temer, fornecerá todas as certidões e muito mais, sabe que não tem porque se recusar.

Existem pessoas que não obstante até dever de ofício, ainda não leram a Constituição Federal, outras que por isto, perdem excelente oportunidade de exercer potencialmente, a cidadania. Por exemplo, requerendo informações e certidões dos atos que nossas autoridades possam estar praticando e desta forma, poderem acompanhar o uso que está sendo feito do poder que num gesto democrático, lhes foi temporariamente, outorgado.

Eu sei que muitas pessoas vivem descrentes e não se sentem encorajadas, sabem o quanto é difícil ser cidadão e já se cansou de remar contra tantos embargos à cidadania.

Importa fazer valer os direitos dos quais dispomos, máxime, quando se trata de um direito fundamental como o ora abordado. O dispositivo diz, todos, todos quer dizer todos, ninguém excluido. As informações podem até não ser de interesse particular ou só do requerente, podem ser de interesse coletivo ou geral.

Nem a autoridade pode engavetar o pedido ou só atender, quando tiver tempo, tem prazo expressamente consignado em lei. E não o fazendo, repete-se, incorre em crime de responsabilidade.

O requerimento não precisa ser rebuscado, nem precisa estar fundamentado, o fundamento é constitucional. Seria, no mínimo, muito estranho, que se dissesse que como as petições iniciais com que se deflagram ações judiciais, tivessem que ser mencionados os dispositivos em que se arrima. No entanto, há quem se equivoca, falando até de deserção que é próprio da falta de preparo, na interposição de recurso que deva subir à superior instância.

Seria temeridade deixar de acatar um pedido feito por qualquer cidadão.

Mas os embargos à cidadania, não param por ai. Nós mesma, que mesmo sendo Promotora de Justiça, não deixamos de ser cidadã, já provamos do amargo fel de “não ter para que santo apelar”. Ora, a polícia não tem viatura para se deslocar; ora, o fax está trancado na sala, porque “hoje” é domingo e “não tem ninguém lá”; ora, o telefone do “disk silêncio” toca até desligar e ninguém atende; ora, um simples supervisor se arvora em soberano e não acata o que lhe for dito.

Apesar de tudo, ainda há gente que quer exercer seus direitos como cidadã. Depois de ter buscado todos os caminhos, pensa, resta o judiciário!

Neste momento, vai se lembrar daquele amigo ou conhecido que está esperando há anos decisão que não vem de um Mandado de Segurança. Não obstante os Juizados Especiais, que de fato, têm contribuido para agilizar a prestação jurisdicional, mandado de segurança contra autoridades de primeiro escalão do governo, por exemplo, só no Tribunal de Justiça.

Isto tudo é um grande padecimento, desnecessário, diga-se de passagem!

Creio no meu pais, quero continuar crendo nas instituições e nos poderes constituidos, mas não posso deixar de lamentar que hajam tantos embargos à cidadania!.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ELAS MORREM ANTES

A discriminação contra a mulher, suavizada em alguns níveis, é terrível no de menor poder aquisitivo, de menos letras, pela falta de informação principalmente. Tive que acrescentar principalmente, já que continuam acontecendo exceções, lá e cá. Mesmo entre intelectuais ainda há quem duvide do que uma mulher seja capaz.
Certa feita, vi-me em defesa da sociedade, da vítima e de sua famIlia, no julgamento de três jovens, entre 20 anos, que assassinaram uma outra de igual idade, após saída de um desses malfadados bailes que existem por ai, decidiram que ela tinha que morrer.
Entre os agentes, um era “homem”. Impressionou-me, quando interrogado, o tom com que mencionou suas companheiras, colegas, sei lá. Denominava-as com um sorriso sarcástico, não como meninas, tipo, “as meninas lá”... mas “mulhé”; as “mulhé”. E a impressão não decorria da má pronuncia, mas da semântica que impregnava ao termo. Mulhé ou lixo nada mais. Tinha que fazer o que ordenasse. Podia usar e abusar como lhe aprouvesse.
Em nada se assemelharia àquela, que canta a canção: “que venha esta nova mulher de dentro de mim, com olhos felizes e felinos e mãos de cetim...”
Todo este intróito para dizer: “Kapitu” não morreu na madrugada de domingo da semana passada. Já tinha morrido há bem mais tempo.
Só ignora quem não quiser ver que a realidade social é dolorosa, que a pobreza é uma desgraça e que passou de muito a hora de começar a mudar a cara das periferias de nossas cidades, que requerem construção de casas sim, mas também de uma assistência eficaz às famílias dando-lhes consciência da própria dignidade e dotando-as de capacidade de criar os filhos de forma que sejam crianças por todo tempo a que têm direito, sejam adolescentes e jovens assistidos por programas que absorvam suas energias, desenvolvam suas potencialidades, canalize-as para a reta via.
Tem que fazer escola bonita na favela, tem que propiciar ensino de qualidade, proporcionar atividades que não são esta ou aquela para todos, mas segundo as tendencias pessoais e gostos individuais. Tem que provar para a criança e o adolescente que tudo tem seu tempo certo.
Por ai, sem opções, se entregam de corpo e vontade, com tudo de que melhor são dotadas “a quem der mais”. Muito antes da hora se entregam com volupia à prática sexual e se viciam. Uma vez viciadas, “era uma vez uma menina que queria ser ... mas um dia colocaram-na numa roda e lhe deram X tiros na cabeça”.
Morrem naquele dia, em que o curso regular de suas vidas foi interrompido e viraram “mulhé”, objeto de prazer sujo e desenfreado, mães incapazes de maternidade. Assim, até que vítimas de alguma doença triste ou de adversidade acabarão por ser envolvidas por um manto de madeira, algumas flores colhidas furtivamente em algum lugar, uma cova rasa.
Viver não é padecer martírio lento, pelo que, o dia da morte é só o da consumação final. Na verdade, elas morrem antes.

Este artigo data de 25 de fevereiro de 2002

domingo, 14 de novembro de 2010

O DEUS DE MARIA

Há momentos que são particularmente imensos na vida da gente! São aqueles em que certas coisas esperadas ou não acontecem e deixam marcas ou lembranças para sempre.
Pode ser que nem sempre seja o que gostaríamos, pode ser que seja de dor, de muitas cores, de luz varia e diversas dimensões. Pode ser de muitas alegrias também. Um reencontro com pessoa querida, aquela oportunidade, enfim, de tudo um pouco há.
Foi, por exemplo, o que aconteceu comigo enquanto assistia a santa Missa do primeiro dia deste novo ano de 2006, na Catedral de São Mateus, a terra onde nasci. Resolvi transmitir a quantos puder.
Quantas vezes terei ouvido antes, sem provar igual sensação. Mas naquele momento em que o celebrante invocou: O Deus de Maria... a expressão penetrou de tal forma em mim, causou tamanha repercussão nos meus ouvidos, no meu ser, na minha alma, que não foi possível fazer a menos de tentar entender, quem é Este Deus de Maria?
Deus de Maria! Mas como? Não existe outro Deus. Deus é único, o todo poderoso, por onde tudo começa e tem fim. Logo, o Deus de Maria é o mesmo teu Deus, meu Deus, nosso Deus.
Admito uma diferença: o Deus de Maria, no entanto, é mais amado, melhor servido, louvado, adorado e reverenciado, porque Maria, e para isto concorre o fato de ser a Imaculada Conceição, é alma totalmente entregue a Deus, entregue aos seus projetos, potencialmente disponível aos seus desígnios e à sua vontade. Sendo assim, os sentimentos que nascem em Maria, são mais autênticos, mais puros, mais santos e mais cedo alcançam os objetivos pelos quais tiverem surgido.
Em vista da santidade da Mãe, o Deus de Maria se alegra e sua misericórdia é ainda mais abundante. Complacente, é tocado por tão bons sentimentos e se faz ainda mais pródigo na distribuição de suas graças e de seus dons e a alma se extasia, se alegra e canta.
É verdade que o Deus de Maria é o teu, o meu, o nosso Deus, mas o Deus de Maria mesmo que pudesse, não teria do que se queixar.
Sabe-se que apesar de trino, Deus é único. O Deus que cultuamos, ocupa todos os espaços, está em nós e nós estamos nele, mais que o peixe imerso na água está, conforme lição do Pe. Carlos Furbetta que nunca esqueci. Mas com certeza, urge encontrar o Deus de Maria, torná-lo nosso Deus e assim estaremos incluidos entre os adoradores do Verdadeiro Deus.
Façamos do Deus de Maria, nosso Deus, não porque Ele já não o seja, mas porque precisamos aprender com ela, como é que é ter um Deus.
Maria é modelo das nossas vidas, sejamos seus verdadeiros devotos, o que consiste em imitá-la nas suas virtudes, procurando fazer tudo, como se fosse ela que estivesse em nosso lugar.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

DE UM CÉU SEMPRE AZUL

Quando Deus criou a terra ao lado do majestoso Oceano ao qual depois chamariam Atlântico, a sudeste de uma terra imensa, hoje de nome Brasil, mais de oito milhões e meio de quilômetros quadrados, colocou um ponto e disse: aqui surgirá Vitória. Somada à sua parcela continental não ultrapassa 94 km2. É pequena, mas originariamente, tudo é beleza só! É? ou foi?
Ela tem outros dois títulos "Cidade presépio" que surgiu do fato de ser cercada de morros cujos barracos de então, deixando abertas janelas e portas, naquele tempo se podia, lhe emprestavam imagem dos presépios que a criatividade cristã concebeu assim, numa comparação com as terras de Belém, onde um dia o Menino Deus nasceu e os Anjos anunciando tão extraordinário evento entoraram “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”.
Guanaani ou "Ilha do Mel", é o terceiro epíteto, criado pelos indígenas, os primeiros habitantes da ilha, quando a portuguesada por aqui ainda não chegara. O nome traduz “a beleza da geografia diferente da cidade, a amenidade do clima aliado a baia de águas piscosas, do imenso manguezal repleto de peixes, moluscos e a diversidade das aves”.
Dividida inicialmente em Centro, bairros de Santo Antonio, Jucutuquara e Praia do Canto. O centro foi sempre o local dos negócios, da imponente Praça Costa Pereira, do Teatro “Carlos Gomes” inicialmente de madeira. Da “Praça Oito” do relógio que anunciava precisamente, hora após hora, e do Parque Moscoso, da Concha Acústica, dos animais... laboratório de dezenas de “lambe-lambe”, aqueles fotógrafos fantásticos que depois de um clique preciso voltavam a mergulhar naquele capuz preto todo fechado e em pouco tempo, entregavam fotos de tal qualidade que contam até mais de setenta anos e ainda se conservam límpidas e nítidas.
Santo Antonio? Ah é o bairro da gente do eito, gente igualzinha a outra gente, mas diferente de quem morava em Jucutuquara, fração de chão com ares de nação (ou simplesmente querendo ser). A rapaziada de Jucutuquara airosa e faceira era mais ou menos tipo “dona da situação”. Eles descendiam de famílias de nome, pertenciam “à tal sociedade” que frequentava o “Saldanha da Gama” e fazia a alegria geral.
Bem, a Praia do Canto era da gente mais bem aquinhoada que se dava ao luxo e gosto de morar à beira mar, mesmo que fosse simplesmente do lado do canal, mas as águas corriam solta e a maré cheirava a natureza. A mata ciliar emoldurava a margem imprimindo serenidade às tardes em que uma voz de rádio local se fazia ouvir na “Oração da Ave Maria”.
Mas depois chegou um grande empreendimento que se instalou sem nenhuma previsão do que hoje se chama impacto ambiental e começou a funcionar, visando lucro só, qualidade de vida e ambiente não faziam parte do pensar. Depois, uma outra ao seu lado e de repente o mar aberto foi recebendo uma passarela que roubou a visão infinita, como de infinito só no mar há.
Os tempos mudam, sua condição de capital a privilegia com verbas que são gastas em calçadas quadradas feitas por um, arredondadas pelo sucessor, é um suceder de quebra e refaz, de construção de praça, daqui e dali, faz-se calçadão na praia, quiosques, plantam-se coqueiros, depois vai tudo pro chão e se refaz tudo, precisa gastar o dinheiro...
Mas a saude vai malíssimo, o SUS é um susto perene, dezenas de pessoas, até com fratura craniana, passam até duas noites sentada numa cadeira no corredor de hospital e não é isto só.
Constroi-se tudo que bem se entende, a história é esquecida. O patrimônio, mesmo tombado, se verga e tomba aos decretos irresponsáveis e se faz longa, ou quando chega logo, é contrariando expectativas ou se atrasa a ponto que as situações podem ser mudadas e se pode prescindir delas, ainda que as feridas, que juridicamente se chamam danos morais, continuem a porejar.
De tão bonita, mesmo sendo da pena de um paulista, de nome Pedro Caetano, saiu este maravilhoso canto: “Cidade sol, com um céu sempre azul... Cidade Sol, com o céu azul / Tu és um sonho de luz norte a sul / Meu coração te namora e te quer Tu és Vitória um sorriso de mulher / Do Espírito Santo, és a devoção / Mas para os olhos do mundo, és uma tentação / Milhões te adoram, e sem favor algum / Entre os milhões, eis aqui mais um.
Sem qualificação a conduta de quem roubou o azul do céu e fez da cidade um turburinho. Cirenes e apitos cortam o espaço, não há um lugar para deixar a máquina em frente da casa do familiar que precisa ser visitado diariamente, as ruas se estreitam cada vez mais. Corre-se o risco de se viver qual sardinha em lata, só que estas são colocadas ali, mortas, enquanto a população é gente e precisa viver. Para onde expurgaram o sonho de luz que brilhava de norte a sul e deixa na saudade meu coração que se confessou enamorado, comparando nada menos com aquela que por excelência, igual em tudo ao homem, ainda é a mulher!?
Cumpre pois que seja, que continue sendo amada e da minha parte com este ainda que modesto texto, quero colaborar para que assim seja. Quero porque a presente geração merece e as futuras também que continue a ser devoção no Espírito Santo.
E nunca se apagarão dos lábios de todos que por aqui passarem, dos que tiverem a sorte de habitá-la, ó ilha do mel, poderem continuar cantando: milhões “te” adoram, e sem favor algum, aos milhões, a cada minuto se acrescentará sempre mais um .

Mares e Marias

Mares, marés, maresia, mar pia,
Mar que se espraia,
Mar que se agita,
Mar que vem e mar que vai.
Mar na aurora,
Mar na madrugada,
Mar do amanhecer,
Mar do sol a pino,
Mar do entardecer,
Mares bravios do nosso país altaneiro.
Mar trigueiro,
Mar brasileiro,
Mar do silêncio,
Mar que em repouso,
Mar adormeceu.
Maria que mar ias,
Maria que vinhas,
Marias vendo chegar
Marias partirem-se indo,
Marias na saudade,
Marias na lealdade,
Maria do coração de santas,
da Penha,
do Carmo,
Auxiliadora,
da Conceição,
das Graças,
da Consolação,
do Socorro,
Helena,
Teresa,
de todas as Marias.
Mar inicia Maria,
Maria mulher,
plebéia e de toda sorte,
todas as Marias.
Como o Mar,
imensas e fortes
todos os mares são Marias,
todas as Marias são mares,
mares e Marias,
Marias e mares.
Em cada Maria, o início de um MAR!!!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

INVEJA

Inveja é um mau sentimento. Pode levar as pessoas possuidas por ela a cometerem verdadeiros absurdos, as vezes até crimes.
Sempre que percebemos que algum sentimento está fazendo com que a gente desvie o pensamento do bem, cortemos o mal pela raiz. O pensamento é o primeiro impulso, se dele passamos à ação fica pior, é preciso ter cuidado.
Fala-se contudo de inveja santa, por exemplo, ter uma santa inveja da pessoa que é boa, que faz o bem, que progride, que tem sucesso. Nesse caso não se trata de inveja, mas sim de vontade de ser igual, de imitar aquela pessoa, de fazer o que ela faz. E do lado do bem as coisas são igualmente possíveis para todos.
Na sua origem, todo homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, como Deus é perfeito e nele não existe nenhum mal, a conclusão é que à semelhança de Deus o homem originalmente é perfeito e preservado do mal. Se pelo pecado original foi contaminado, pelo sangue redentor de Jesus foi resgatado e pelo batismo se reconcilia com Deus e passa a integrar o corpo místico do qual Cristo é a cabeça.
O vício é resultado da multiplicação do mesmo ato; beber todos os dias vicia, fumar também, enfim tudo que é repetido cria hábito.
Assim, estejamos vigilantes a respeito dos hábitos que estivermos adquirindo, cortemos imediatamente o que não for bom.
Nossa Senhora nos ajuda. Peçamos a ela que interceda sempre por nós e nos livre de todo mal…

terça-feira, 2 de novembro de 2010

FINADOS

FINADOS

Dia de rezar de modo especialíssimo pelos mortos. Podemos ter a tentação de ficar tristes. No fundo... não conseguimos aceitar esse evento, essa certeza absoluta que ninguém discute a que chamamos morte. Ainda é pensamento o qual preferimos “não só pôr para escanteio”, mas “expulsar de campo” do futebol da vida.
Em cada família um ente é só saudade, deveria ser conforme canta Roberto Carlos: “você é a saudade que eu gosto de ter”.
Devemos pedir a intercessão de Nossa Senhora no sentido de que envidemos esforços para acreditarmos na ressurreição.
A morte não é o fim é com ela que se nasce para a vida eterna. Jesus ressuscitou e vivo voltou ao seio da Santíssima Trindade, Nossa Senhora também foi para o céu (céu que não é um lugar, claro, mas o estar face a face com Deus).
A ressurreição de Cristo é certeza de que ressuscitaremos também; não estranho que meu leitor não goste de falar nem ouvir falar de morte, confesso que nem eu. Isso atesta que nossa fé é muito pouca. Olhando para Jesus, meditando todos os acontecimentos da vida Dele, deveríamos ser mais corajosos.
Que todos os santos que já gozam da presença de Deus, face a face, intercedam por aqueles que já morreram e que ainda não viram Deus, que possam merecer logo todo efeito da misericórdia do Pai.
Maria, mãe de Jesus, que por seu singular amor a Deus mereceste antes de todos os homens e mulheres do universo, a glória da assunção, subindo de corpo e alma ao céu, interceda por nós, faz-nos ver e aceitar plenamente, todos os desígnios de Deus, com certeza desígnios de amor e de misericórdia.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Mãe, quem dizes quem eu sou?

E Maria? O que Maria responderia a Jesus se Ele lhe perguntasse: e você Mãe, quem dizes que eu sou? E se Nossa Senhora respondesse: você? mas que pergunta, querido! Você é meu Filho, você é minha alegria, você é a razão de tudo em mim, você... e ficaria sem palavras, como se tivesse perdido o fôlego para continuar.
Seria uma resposta do lado humano de Maria, plenamente humana que era. Todavia, depois de ter de forma única gerado o Filho de Deus, tê-Lo carregado durante nove meses no seu ventre, era dela a carne que o formava, os ossos que o sustentavam, o sangue que lhe corria nas veias, depois ter-Lhe dado a luz, modo que o fez plenamente homem, é certo que terá adquirido dele uma expressão singular de sua divindade.
Maria não se tornou Deus como seu Filho, apesar de Ele se ter tornado gente como ela, por sua doação como mulher, através dos nutrientes dos quais se compõem toda vida humana quando está por vir a ser, não é possível que com uma tal metamorfose, o corpo que formou o corpo de Jesus, não tenha haurido do espírito que dava vida a esse corpo, algo de DIVINO que a plenificava e superava as deficiências do ser só humana e passível de todas as fraquezas.
Dai que o lado divino de Maria, a alma bem aventurada de Maria, aquela sua capacidade de perceber além das aparências faria com que respondesse como Pedro, tu és o Cristo, o Filho de Deus bendito, meu Deus, meu Senhor,acrescentando a quem responderei sempre sim a tudo que me disser, a tudo que me pedir, a tudo que me der. Até porque estou certa de que jamais me decepcionarei.
Quanto a nós, espelhemo-nos em Maria, grande e único modelo humano para as nossas vidas. E quando interpelados por Jesus no mesmo sentido, certamente será a mesma nossa resposta. Responderemos profundamente convencidas tu és o Cristo, o Filho de Deus bendito.

O QUE É MORRER?

Morrer é fechar os olhos, é a primeira coisa que faz quem morre se não os tinha fechado antes. Fecha os olhos para o que via antes. Assemelha-se a um propósito de não querer ver mais nada. Cansou-se do que viu antes.
É sair da vida, tornar-se incapaz de absolutamente tudo, de esboçar um mínimo de reação mesmo que seja para o que antes fazia tanto, impedir-se de morrer, impedir o próprio anulamento e ser arrebatado irreversivelmente pela morte.
Quem morre, como que não se compadece da dor que padecem os que o amam e sua morte choram. Deixa-se sepultar, isto,é provar o maior dos aniquilamentos enquanto o corpo cujo culto lhe merecera tantos cuidados, vai apodrecer e de tal porte que só sepultado, pode não perturbar tanto odor fétido, o ar que os demais respiram.
Morrer é deixar as coisas onde as havia colocado, os planos, se feitos, interrompidos, tudo com que se ocupou ou que constituia objeto de atenções e cuidados e por eles não sentir mais nada, perdem todo significado.
É não intervir mais em decisões de qualquer sorte e não dispensar a quem quer que seja qualquer tipo de cuidados, quanto mais às coisas.
Morrer é defrontar-se com a falência da vida e por acréscimo, chegada a hora da minha morte, sou eu que devo morrer. Só eu posso morrer minha morte, só eu morro por mim e por mais que alguém me amasse, minha morte é minha, ninguém pode morrer por mim.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Por uma Terra sem males: nasce um blog literário


CARIDADE

Amo
a vida que vivo
o ar que respiro
o sol que aquece.

Amo o que faço,
o trabalho que me acalenta,
as fadigas que me proporciona,
amo até
a própria dificuldade
que me atormenta.

Amo
as pessoas com as quais convivo,
a família,
cada amigo,
amo pelo que são,
pelo que não são,
nunca foram,
nunca serão.

Amo,
porque creio,
porque espero,
porque anseio.

Amo
pela própria essência,
o Amor.
Amo sobretudo
e todos, Deus, meu Criador,
Senhor de tudo,
por ser Ele
o próprio amor.