segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Mãe, quem dizes quem eu sou?

E Maria? O que Maria responderia a Jesus se Ele lhe perguntasse: e você Mãe, quem dizes que eu sou? E se Nossa Senhora respondesse: você? mas que pergunta, querido! Você é meu Filho, você é minha alegria, você é a razão de tudo em mim, você... e ficaria sem palavras, como se tivesse perdido o fôlego para continuar.
Seria uma resposta do lado humano de Maria, plenamente humana que era. Todavia, depois de ter de forma única gerado o Filho de Deus, tê-Lo carregado durante nove meses no seu ventre, era dela a carne que o formava, os ossos que o sustentavam, o sangue que lhe corria nas veias, depois ter-Lhe dado a luz, modo que o fez plenamente homem, é certo que terá adquirido dele uma expressão singular de sua divindade.
Maria não se tornou Deus como seu Filho, apesar de Ele se ter tornado gente como ela, por sua doação como mulher, através dos nutrientes dos quais se compõem toda vida humana quando está por vir a ser, não é possível que com uma tal metamorfose, o corpo que formou o corpo de Jesus, não tenha haurido do espírito que dava vida a esse corpo, algo de DIVINO que a plenificava e superava as deficiências do ser só humana e passível de todas as fraquezas.
Dai que o lado divino de Maria, a alma bem aventurada de Maria, aquela sua capacidade de perceber além das aparências faria com que respondesse como Pedro, tu és o Cristo, o Filho de Deus bendito, meu Deus, meu Senhor,acrescentando a quem responderei sempre sim a tudo que me disser, a tudo que me pedir, a tudo que me der. Até porque estou certa de que jamais me decepcionarei.
Quanto a nós, espelhemo-nos em Maria, grande e único modelo humano para as nossas vidas. E quando interpelados por Jesus no mesmo sentido, certamente será a mesma nossa resposta. Responderemos profundamente convencidas tu és o Cristo, o Filho de Deus bendito.

O QUE É MORRER?

Morrer é fechar os olhos, é a primeira coisa que faz quem morre se não os tinha fechado antes. Fecha os olhos para o que via antes. Assemelha-se a um propósito de não querer ver mais nada. Cansou-se do que viu antes.
É sair da vida, tornar-se incapaz de absolutamente tudo, de esboçar um mínimo de reação mesmo que seja para o que antes fazia tanto, impedir-se de morrer, impedir o próprio anulamento e ser arrebatado irreversivelmente pela morte.
Quem morre, como que não se compadece da dor que padecem os que o amam e sua morte choram. Deixa-se sepultar, isto,é provar o maior dos aniquilamentos enquanto o corpo cujo culto lhe merecera tantos cuidados, vai apodrecer e de tal porte que só sepultado, pode não perturbar tanto odor fétido, o ar que os demais respiram.
Morrer é deixar as coisas onde as havia colocado, os planos, se feitos, interrompidos, tudo com que se ocupou ou que constituia objeto de atenções e cuidados e por eles não sentir mais nada, perdem todo significado.
É não intervir mais em decisões de qualquer sorte e não dispensar a quem quer que seja qualquer tipo de cuidados, quanto mais às coisas.
Morrer é defrontar-se com a falência da vida e por acréscimo, chegada a hora da minha morte, sou eu que devo morrer. Só eu posso morrer minha morte, só eu morro por mim e por mais que alguém me amasse, minha morte é minha, ninguém pode morrer por mim.