segunda-feira, 23 de maio de 2011

RECOMPÕE OS PEDAÇOS

      Pai nosso que estás no céu, na terra e em toda parte, deixa-nos aconchegar-nos ao teu coração. Olha nossa angústia, nosso pranto, nossa aflição.
Sabemos que nossos ais são fruto da nossa insensatez e do nosso pecado que desorganizam nossas vidas e assim nos roubam a paz.
Pai, como nos custa caro tudo isto! Como é difícil recompor! Como é pesado o tempo dos anos passados em algum vício e como parece intransponível a libertação de suas conseqüências.
De vez em quando, depois de muito esforço para sair do fundo do poço, mal colocamos nossa cabeça de fora, sucede-nos algo que nos joga no chão de novo e é preciso recomeçar toda uma trajetória de dias, meses, quem sabe, de anos.
Pai, sabemos que tudo sabes e que cada fração ou pequena parte de tudo isto vês e mais que nos conheces em cada detalhe. Viste? nossas forças são poucas, são poucos ou nenhum os resultados. Dá-nos tua mão, salva-nos, como outrora fizeste  acalmando a tempestade e restituindo aos discípulos a segurança de tua companhia.
Se dormes, acorda para nos atender, acalma a tempestade que há dentro de nós, dá-nos tua luz  para que  vejamos teus caminhos; transforma nossa vontade na tua, faze que queiramos o que queres e que  teus pensamentos sejam os nossos.
Pai, somos filhos, somos o pródigo que está de volta. Manda teus anjos vestir-nos das vestes limpas do perdão e da graça. Recompõe os pedaços em que nos partimos, reestrutura-nos, dá-nos tua graça e ensina-nos ainda desta vez a apreciar seu misterioso amor e os frutos da tua graça.

domingo, 22 de maio de 2011

DECLARAÇÃO AOS MEUS LEITORES

I agora é cocê mermo!!!!!!!!!
Amo ocê !
Ocê é o colírio du meu ôiu.
É o chicrete garrado na minha carça dins.
É a mairionese du meu pão.
É o cisco nu meu ôiu (i no ôtro oiu - eu tenho dois).
O rechei du meu biscoito.
A masstumate du meu macarrão. Nossinhora!
Gosdimais da conta docê, uai.

Ocê é tamém:
O videperfume da minha pintiadêra.
O dentifriço da minha iscovdidente
Óiprocevê,
Quem tem amigossim, tem um tisôru!

Ieu guárdesse tisouro, com todu carinho ,
Du lado isquerdupeito !!!
Dentro do meu Coração!!!

AMO ocê, uai!!!
BRIGADO PELO SEU CARIN,
cumqueu sempre pude contá!!!!

sábado, 21 de maio de 2011

LEMBRANÇAS

Apenas uma ilustração. A casa não era assim.

Quando era criança, não tínhamos diversões como as que a criançada tem hoje, nem por isso deixávamos de nos divertir. Criávamos, as brincadeiras era a gente mesma que inventava.
Em compensação não existem agora, mas naquele tempo existiam apresentações do folclore por exemplo,  que passavam de uma geração à outra do mesmo jeito, como as Pastorinhas  das quais contudo, só ouvi falar. Tinham seu ritual. Em Conceição da Barra subsistiram mais tempo, graças a Profª. Nininha.
Dizem que quem ensaiava as meninas era D. Rosalina[1], aquela que fabricava bonecas de pano, sempre horrorosas, não havia como ser diferente se os meios eram parcos, pano mesmo, uma tinta para desenhar boca, nariz, olhos e sobrancelhas, agulha e linha. Mesmo assim, D. Rosalina teve o desplante de achar um dia, que uma das suas criações saira “a cara” de Thedir. Imagine se a prima pode ter gostado, nem um pouco. 
Mas não sei se ela conseguia ensaiar as Pastorinhas que se apresentavam em “Dia de Reis” já que um grupo de meninas, entre elas minha mãe, ao invés de prestar atenção ao que explicava, por gozação, saia atrás dela dançando e cantando ao mesmo tempo. Assim não dava.
Mas como comecei dizendo, nós inventávamos as brincadeiras que queríamos. É certo que se usava passar férias na casa de algum tio. Assim, a “roça de tio Gigi” tinha mais que o sabor de Disney.
Livres dos estudos, perguntávamos: vovó, que dia o tio Gigi chega? Como se ele não viesse sempre de sua roça fazer compras, trazer coisas, não estivesse sempre “na cidade”. Deslocava-se a cavalo.
Roupa embolada em alguma sacola, a hora da partida era só alegria. Na anca do cavalo, o trajeto de menos de dez quilômetros era verdadeiro sonho, pela mata ainda densa. Aqui, ouvia-se um silvo: “o que é tio? Deve ser o Saci pererê”. Ficava quietinha, mas não tinha medo, imagine quem teria medo ao lado de tal escudo!
Na ponta de algum galho, podia ser vista uma enorme e arredondada “casa de cupim”. “Que é aquilo, tio? É a luz que ilumina a mata. De noite, fica tudo iluminado”. Claro que acreditei.  
Na chegada, o êxtase se fazia ao ver o córrego. Banhos de córrego? Nada melhor, nem maior a delícia. Mais fundo (cerca de oitenta centímetros) em uma parte, no prosseguimento se tornava muito raso, principalmente na altura da cancela de entrada; prosseguindo, de novo afundava para delicia dos porcos que eram cevados, num chiqueiro.
Andando pelo seu curso a cima, se atravessava uma matinha que dificilmente hoje se possa ainda ver em algum lugar, com raízes se deixando lustrar pelas águas, troncos molhados, alguns se interpondo, sem obstacular a passagem. 
Tia Dora tinha sempre alguma coisa gostosa para comer, um bolo de aipim com coco, um beiju de amendoim, cuscuz de coco, tudo com ingredientes da própria plantação.
Sobretudo, tinha as meninas, umas mais velhas, outras das mesmas idades e nos fazíamos a mais bela companhia. Era mole subir e descer a ladeira entre a casa e o córrego, dezenas de vezes por dia.
A lagoa era perto, mas pensávamos que fosse muito longe. Era um passeio especial, implicava fazer uma programação para chegar lá, tinha até jacaré...
Quando era tempo, a Casa de Farinha atraia pelo tamanho, pela possibilidade de subir até a colmeeira, andar perto do telhado, era um Parque de diversões.
Ali é que um monte de mandioca era colocado, todas nós com os adultos descascávamos a raiz, que depois passava por todo um processo, até chegar ao grande forno de bandeja redonda, apropriada. Braços fortes acionavam um rodo de madeira de um lado para outro, da direita para a esquerda, para frente e para trás, e assim era torrada a farinha.
Se o rapaz que tocava os bois na roda em que a raiz era triturada desse chance, dávamos uma voltinha, assentada no pequeno suporte/banco a tanto destinado, atrás da junta de bois.
Qualquer coisa servia para brincar, inclusive procurar pacientemente papel (que era raro) para acender e jogar pelo buraco do “vaso”, feito de madeira, na verdade, um caixote, WC fora de casa, para ver o cocô. Pode?
Os dias eram iguais. Fazíamos as mesmas coisas todos os dias, mas não dava para perceber, mesmo o que se repetia tinha sabor de novidade.
Férias magníficas, valeu a pena viver naquele tempo, como valeu!


[1] Conta-se que Rosalina do Rego preferiu não se casar a ter que adotar o sobrenome do marido, um tal Fulano Roxo.  Não aprovou a idéia de vir a ser: Rosalina do Rego Roxo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

MERCADO LITERÁRIO


Ontem, quinta-feira, para prestigiar nossas colegas de AFESL, a Presidente Ester A. Oliveira e a Acadêmica Neusa Jordem Possati, fui ao Mercado Literário. 
Estive lá outra vez a convite de Anaximandro.
Elas participaram da mesa que a foto mostra, em que falaram de suas criações literárias.
É o primeiro momento da programação.
Depois vem o debate com o público muito bom por sinal, bom número, boa qualidade das perguntas e boas respostas.
Gostei muito do que vi, a programação é semanal. Recomendo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

FOLHINHA VERDE

Pois, tem que explicar mesmo. O que é Folhinha Verde a qual me referi em crônica  (S a –são, m a =ma, t h ê – teus. São Matheus). Caiu em desuso e resta só a lembrança.
Nos anos quarenta, cinquenta, talvez sessenta, máxime nelle piccole città, não se tinha muita novidade, originada do externo/exterior. Logo, o poder criativo se aguçava e todos se divertiam. Crianças e jovens inventavam suas brincadeiras, criavam seus personagens, faziam seus brinquedos.
Do lado de nossa casa, por exemplo, morava D. Maria de Mário. Ao nome Maria sempre se acrescenta um outro identificativo ou distintivo das demais. Mário era o marido dela, falecido precocemente.  Zezé, o José Santa Cruz, filho de D. Maria, tinha um batalhão formado de pequenas pedras que ele enfileirava como se fossem soldados por ele chamados de alunos da escola em parada de 7 de Setembro, era o que ele conhecia.
Era sempre visto, depois de ter limpado cuidadosamente um espaço no chão e ali permanecia horas a fio, promovendo um desfile de suas pedrinhas ao som de tambores e taróis repicando apenas na sua imaginação. Nem precisava de companhia. Fazia tudo sozinho. .
Casa no quintal, teatro, desfiles diversos, de moda e escolares, etc etc etc faziam-nos ser  imensamente crianças. Não se falava – até podia acontecer, mas era raridade – de adolescente grávida ou infrator.
Mas vamos à folhinha verde. Maria ou Pedro ou Juarez propunha a Antonio ou Célia ou Teresa: vamos ficar de Folhinha verde?
Ficar de folhinha verde significava obrigação de ter sempre consigo e pronta para exibir, quando solicitada, por quem com quem você ficou, uma folha verde de planta.
E o compromisso era muito sério. Sempre observado. Quebrá-lo se assemelhava a uma meio desmoralização, guardadas as proporções, do tipo do contrato com um fio de barba.
Quando um via o outro, gritava: Folhinha Verde! Essa deveria ser imediatamente apanhada onde estivesse com a pessoa interpelada. Não valia tirar de uma árvore naquele momento, nem apanhar em outro qualquer lugar onde tivesse sido deixada.
Caso contrário, tinha que “pagar uma prenda” a critério do interpelante.  Eram das mais estranhas as mais simples, custosas ou menos, mas sempre uma reprimenda ao incauto distraído.
E como se ficava de folhinha verde! E quanto era divertido! E quanto contribuía para se ter mais atenção com o compromisso assumido.  (Eu me lembro com saudade... velhos tempos, belos dias...).
Pronto, Rachel, minha prima, sua sugestão foi atendida.
Tenham todos uma leitura que se não for tão boa, ao menos será sadia.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

UTILIDADE PÚBLICA

Nosso assunto hoje é de utilidade pública.


1.Realizei uma compra no meu cartão de crédito ITAUCARD no mês 12/10 e fiz a devolução dessa compra no mesmo dia, porém fui informada que devia pagar o valor da compra para ter meu dinheiro devolvido. Daí em diante minha vida virou um inferno pois nada do que fui informada aconteceu, paguei toda a compra, após 4 meses da compra realizada que fui receber o valor de volta mesmo assim debitado em outra compra e agora estou sendo cobrada de novo pela mesma compra com a alegação que o valor devolvido foi incorreto, não aguento mais isso , pior que quando ligo pra central o sistema está fora do ar .Até quando? Queria que fosse resolvido logo ou vou ter que ir até o PROCON e o pior é que a fatura do cartão chega quase no dia de pagar e se não for paga no dia eita juros em cima assim não dá mais!!!!! (sic)

2.Fiz um empréstimo paguei regularmente as prestações até que adoeci e fiquei sem pagar por falta de dinheiro e não por não querer. Quando estava em condições voltei ao Banco. A negociação proposta era um absurdo. Fiz particularmente o cálculo e foi constatado que antes de interromper o pagamento meu débito já  tinha sido quitado e ainda tinha o que receber. Entrei na justiça já que não houve acordo e ganhei.

São duas de tantas reclamações que todos os dias se ouvem a respeito dos transtornos causados pelo cartão de crédito. Nenhum deles excluído.
Há quem faça uso irregular do mesmo, mas quase sempre a culpa é mesmo do lado do mais forte que suga os mais fracos.
Os juros abusivos praticados por bancos é um descaso.
Sua primeira defesa quem faz é você mesmo. Caso não consiga, procure um advogado e entregue-lhe a causa. Isto tem que acabar. Não vergue.

A equipe do Dr. Alexandre D. Mathias (8142 8242) especializou-se no assunto. Há outras.

terça-feira, 17 de maio de 2011

SA SÃO - M A MA - T H Ê TEUS

Todos conhecemos histórias interessantes e até engraçadas dos nossos predecessores principalmente, moradores da Aldeia em que nascemos, extensas territorialmente muitas e muitas vezes, mas com poucos habitantes. As famílias eram na maioria pobres, mas sobreviviam bem, outras sem dúvida, podiam cantar: “faltava tudo, mas a gente nem ligava o importante não faltava seu sorriso, seu olhar” e outras coisas mais.
Entre detalhes interessantes e bem lembrados, se contam sensações que tínhamos das distâncias que representavam certos pontos. No meu São Mateus, por exemplo, estando na Praça de São Benedito e olhando em direção à Chácara do Estado, Ave Maria! era uma lonjura... o Sernambi era muito longe, o Ribeirão mais ainda,  mas curiosamente, eu que tinha essa impressão não hesitava em sair da casa na Rua do Alecrim onde morávamos e ir à venda de papai no Porto, lá na rua antiga do “Trole”, no qual minha mãe, que trabalhou na Serraria de S. Lolô, no 47, deslocou-se muitas vezes.  
O trole era um carro com rodas sobre trilho de estrada de ferro, empurrado por impulso de braço com uso de uma vara. Não conheci o veículo foi mamãe que contou.
Saindo de casa, dobrava a esquina de tia Chiquinha, passava em frente de Sá Mariquinha, não sem gritar: “bença Sá Mariquinha”, continuando a caminhar, era suficiente o tempo para ouvir sua voz que vinha lá de dentro, certamente da cozinha, onde sentada no banco ela rezava o terço,  atravessava o corredor, e através da janela da sala, cuja parede era repleta de quadros de santos repetia: Deus te abençoe! Passava na frente da casa de S. Arquimino que sempre estava à janela ao lado de D. ?  dona.... dona... esqueci o nome dela... Depois pergunto a Nice Lyrio que é cria do casal, chegava à esquina do Banco do Brasil – do outro lado, estava a venda de tio Jorge, e eis a Praça de São Benedito, - o point das noites de sábado e domingo, era onde estava o coreto onde a Banda tocava...onde quase sempre colhia uma folha de filco que enrolada estrategicamente, juntadas as pontas, produzia um assobio fantástico ou eram portadas em algum lugar da roupa ou entre esta e o corpo, as vezes presa com um alfinete,  para não cair nas garras da pessoa com quem “se  ficasse de folhinha verde”.  Atravessada a praça, passava na frente do Bar que antes de a Zeca Taurino não me lembro  a quem pertenceu. E a poucos passos, ao lado do Bar de Ericson e Edson Pessanha que levaram a primeira fábrica de picolé para a cidade e que nos primeiros dias fazia-se fila para comprar,  depois de alguns degraus de uma escadinha de cimento começava-se a pisar grandes pedras que cobriam a ladeira mais curta, entre a cidade alta e a cidade baixa.
A parada seguinte era no curso dela em frente da Pharmacia de Roberto Silvares. Na lateral havia uma grande janela, protegida por uma grade, ali passei horas olhando o farmacêutico andando pra lá e pra cá, preparando as fórmulas prescritas por Dr Guilherme para curar os doentes, fazendo ele mesmo consultas. Havia sempre gente circulando ao seu redor o que não  parecia incomodá-lo. 
Prosseguia o caminho pela continuação com o entroncamento, a Ladeira de São Benedito, onde se descreve uma curva, pois, não convinha descer aquela da venda de S. Moacir ali tinha aquelas mulheres... (Coitadas). Depois do entroncamento com a Ladeira de São Mateus, seguia-se em frente, um duzentos metros, à  direita ficava a venda de tio Zezé que tinha uma caminonete marca Ford, da qual guardo memória que outro dia vou contar. Passava também em frente da agência do "Banco de Crédito Agrícola do Espírito Santo", mas eu já transitava pelo outro lado da rua, pois bastava virar a esquina para chegar na venda de papai, uma garagem improvisada em estabelecimento comercial, em muito contrastando com o prédio de dois andares em frente, de S. Dodô Rios, residência em cima, comércio em baixo, aos fundos, caudaloso perenemente passava o Cricaré.
Mas já escrevi quase bastante e ainda não contém o caso, origem do título desta crônica. Ouvi de Zeno Gomes, às gargalhadas,  na casa de suas irmãs, as Maritinhas.
S. Nicanor Motta, tio de Zeno, foi líder político  inato segundo os parâmetros do tempo e do lugar. Tinha uma venda na esquina da Rua na altura do hoje BANESTES. O balcão era também sua mesa de trabalho. Cuidava carinhosamente, pacientemente, de propiciar a quem não tinha, alistamento eleitoral. E era necessário requerer.
Pois bem, aos semi analfabetos era preciso ditar letra por letra e ele o fazia. Por exemplo:São Mateus: escreve assim, meu coração: sa são; e o desejado eleitor não conseguia. Sua paciência porém,  não findava. Vamos, meu coração, vamos escrever de novo: s a  são, m a – ma – the teus, tantas vezes quantas necessárias.
Não sei se soube contar como ouvi e me fez rir tanto, mas fica o registro.  
S. Nicanor chegou a representar-nos por um período na Assembléia Legislativa e absolutamente nada mais, mas seu nome ficou na história.  

sábado, 14 de maio de 2011

É ASSIM QUE SE FAZ?

Querida Katia,

pensando em lhe prestar homenagem, que portanto fica prestada, tentei fazer cordel.

Que tal? Tenho futuro?  (KKK).

Como é bem eu não sei não,
Mas que  vou, vou me arriscar
Escrever mal traçadas linhas
Para Kátia homenagear.
Ela que com seu cordel
Está sempre a nos alegrar.

Kátia Bobbio vem lá do norte
Da bela Conceição da Barra
Importada pela capital
Precisava ter seu lugar ao sol
Não estou dizendo isto
desconhecendo o sol que lá na sua terra há.

A vida é mesmo assim
Cheia de surpresas e encantos
Tira daqui, põe ali,
Manda embora e faz chegar
É o ciclo dela mesma a vida
Que precisa continuar.

Não me lembro de tê-la conhecido
Antes de a ver na capital
Mas confesso que é sempre com alegria
Que a vejo em algum lugar
Como aconteceu no tríduo literário
Capixabas escritoras em seu lugar.

Kátia é pessoa alegre
Com sorriso e brilho no olhar
Está sempre par e passo
Recepcionando a cumprimentar
Lhe dá sempre um ar a mais
Sombras grisalhas a emoldurar.

Sem que fosse a vez primeira,
Presenteou-me com mais quatro
Dos seus 108 cordéis,
Haja inspiração e haja fôlego
Para escrever sobre gente e coisas
Nada lhe pode escapar.

Como este é apenas um teste
Vou mandar a Kátia Bobbio
Essas letras da minha ousadia,
Juro que não penso a igualar
Mas para ver se ela aprova
E eu posso continuar.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

TAL MÃE , TAL FILHO.

Maio é mês das mães, mês das noivas, mês de Maria, Mãe de Deus e Mãe dos pobres. Quem me ouve na Rádio América, sabe quanto gosto de repetir Mãe de Deus e Mãe dos pobres, às vezes, acrescento nossa mãe. Poderia ser supérfluo o acréscimo, uma vez que de um modo ou de outro, todos somos pobres. Se Maria é mãe dos pobres é minha Mãe.  Ou não?
Quem é pobre? Respondo assim, temos duas espécies:  a primeira é formada daqueles que foram privados dos bens da terra, chegam a ser miseráveis. Foi-lhes negado trabalho, não teem casa, padecem agruras em busca do tratamento da própria saúde e da família, carecem de educação básica, mesmo com tantas leis protetoras dos direitos humanos. A segunda, se forma dos pobres segundo o espírito e que por sua vez se subdividem em pobres de espírito e pobres em espírito.  
Pobre de espírito é aquele tão mesquinho que não sem provocar indignação faz repetir após o que faz ou diz: “que pobreza”! “eta pobreza de espírito”!
Pobres em espírito, ao invés, são aqueles que Jesus proclamou bem aventurados na oportunidade em que proferiu o “Sermão da Montanha” (Mt 5):”bem aventurados os que teem um coração de pobre porque deles é o reino dos céus”.
Esse sim é o tipo de pobre que toda pessoa deve querer ser. Tais pessoas possuindo bens hão de viver de tal forma desapegadas deles que não os deterão somente para si, vão considerá-los como talentos pessoais a serem multiplicados e saberão repartir. Não possuindo bens ou apenas o indispensável, viverão igualmente alegres, sem preocupar-se porque sabem que assim como Pai veste os lírios dos campos e alimenta as aves do céu, de igual modo cuida de cada um de nós.
Na categoria desses pobres se inclui Maria, nossa mãe. Nós a queremos ter como modelo, queremos imitá-la e oxalá os que nos acompanharem possam nos olhando dizer, vejam ai, tal mãe, tal filho.

Para ler mais:  http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/es/es-07.html

NOME DE CASADA

As novidades da internet ensejam boas surpresas, encontros com amigos, reencontros, enfim um pouco ou quase tudo que nos possa servir.
Ultimamente, certos nomes que assumiram novos sobrenomes (dos maridos) me teem chamado atenção. Aqui, encontrei Margarida Carneiro, ali, Lanusa Pontes, acolá, Tânia Cocciani, ou então Margarida Badin e várias outras. Confesso que de plano, ou à primeira vista em que me deparo  com um novo nome não atino quem seja.
Depois é que surgem as constatações.
Margarida Carneiro é Magá de tio Antonico, aquele irmão do meu pai que bem mais novos, digamos que com pouco mais de trinta anos eram muito parecidos.
 Foi assim que um dia, eu devia ter três para quatro anos, Verinha (que mora hoje al di lá), portanto tinha três e Évila dois anos. Papai estava viajando, ele foi de terno como era costume na época.  Tio Antonico, nascido Antonio Daher, vestido num terno, aparece na nossa casa naquela visita cordialíssima (cordial de cordi = coração) para ver as meninas de Lelinho, irmão querido. Nós três nos aboletamos em suas pernas tendo seus braços nos segurando pelas costas e o festejamos como se fosse nosso pai. E ele ria divertido, com o nosso equívoco, um riso que me ancorou na lembrança e que hoje ainda é como se tivesse vendo.
Lanusa Pontes, ora é irmã de Letícia, que nasceram e viveram uma parte da infância no nosso São Mateus. Não se falava em Lanusa sem acrescentar Letícia e vice versa, eram bem unidas. As filhas de tia Naídes que era irmã de tia Itelina, casada com tio Antonico. Da família Fundão, posto que filhas de Ailton Fundão. Eu atinaria logo se estivesse escrito Lanusa Fundão, acrescido da ciência-coincidência ou não, que só conheci uma Lanusa durante essa minha vida.
Tânia Cocciani é a inesquecível Tânia Fundão, lá do meu São Mateus também o que  ela não nega. Recentemente, publicou uma foto da curva do Rio Cricaré e afirmou é o mais bonito do mundo. Inesquecível pela exuberância do charme, pelos cabelos louríssimos, pela boca tinta em rubi, pela elegância do porte e por uma inequívoca capacidade de ressurgir.
Sem esforço de memória pode ser vista em lazer na praça, Praça de São Mateus. Essa praça fica em frente a Igreja do padroeiro São Mateus, o glorioso, não é Bento? A outra é a de São Benedito.
Margarida Badin, ora, ora, ora, é a Margot, filha de Lola e Danilo. É a primogênita de seis que como ela, ao nascer, receberam um nome próprio segundo o direito que assiste a toda pessoa, mas batizados imediatamente com  um “codinome” do qual se encarregava o pai. Pelo que sei, os prenomes eram assunto de D. Yolanda, mas do apelido... deles Danilo não abria mão.
Assim, Margarida Maria é Margot, Miriam Regina é Miroca, Maria Auxiliadora é Salhá, Danilo é Papito (morria Pio XII, quando ele nasceu) Maria Inês é Marica, e por fim meio temporão é a vez do Demetrius que virou Juca.
São coisas da vida, acontecimentos, lembranças singelas, mas deveras bonitas e agradam.
Afirmo-o porque duvido que quem acaba de ler essa crônica, possa ter feito sem emboçar  um sorriso, (enquanto sorria, lavava a alma e lavada a alma sorveu paz).


domingo, 8 de maio de 2011

DIA DAS MÃES

Queridos amigos frequentadores desse  blog.

Por  todas as mães por realização e por desejo, ponho-me  genuflexa perante  Deus todo poderoso, por intercessão de Nossa Senhora, Mãe de Jesus e nossa Mãe, rogando que as mães continuem a ser ANJOS DE AMOR, SANTAS E SANTIFICADORAS, para que esse mundo seja melhor.

E que não lhes falte nunca toda carga do nosso imenso carinho.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

ORA POR QUÊ?

Quando ele nasceu já vigia em toda a plenitude a Carta Magna que proclamou o Brasil como um “Estado Democrático de direito” que tem como “fundamento entre outros: a dignidade da pessoa humana”.
Do seu artigo 227 consta: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, a educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Uma prescrição  tão clara que dispensa explicações ou comentários. Mas não é cumprida. Às famílias faltam meios, possibilidades, até porque apesar de surgidas sob a égide da mesma Constituição, quando crianças, seus personagens principais não foram preparados para a missão futura, surgiram “em qualquer de repente” (Zezinho – Oração pela Família) e povoam a terra despidas de capacidade e recursos indispensáveis à preservação da  dignidade humana.
O Estado, cuja mão pesada alveja sem cessar, o bolso do contribuinte, se omite em altura e profundidade, em largura e extensão. E o Brasil continua esperando que cada um cumpra o seu dever.
“14 anos, 13 homicídios, por quê?” Ora porque, porque não estavam onde deviam estar as mãos que o deviam proteger, os braços que o deviam acolher, a palavra que o devia iluminar, a atenção particular que sua particular condição requeria, a educação de qualidade que ele merecia, a vida, o alimento o lazer, a profissionalização a cultura, tudo a que constitucionalmente tem direito e lhe foi negado.
Ao invés, a negligência vedada, grassou. A tal ponto, que desde os 12 anos (e por isto foi-lhe reconhecido ser um trabalhador) ele trabalhou no pesado, com burro e carroça, fazendo transporte rústico e ganhando alguma coisa sim, mas não a ponto de desviá-lo do encantamento exercido pela “fortuna do tráfico” que se projeta sobre muitos como ele, verdadeira coação moral irresistível, que é atenuante de pena (c, III, art 65 CPB). Devem ser punidos os coatores. Quem são??? E meu pensamento voa para o episódio da prostituta que fariseus queriam apedrejar. Ela se aproxima de Jesus que depois de escrever no chão (os pecados da turba?), se ergue e autoriza: “quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”. “Não ficou um para contar história”! Quanta gente atirando pedras e condenando o menino. É preciso ter para com ele, os mesmos sentimentos de misericórdia que o Mestre tem para com cada um de nós, ao menos isto.
As questões que afligem a sociedade é assunto que diz respeito a todos. Omissão é o mesmo que negligência da qual o texto constitucional fala.
Há muita co-autoria nos 13 homicídios noticiados, entre muita gente que ainda não está sendo incluída, talvez os que mais condenam, mais se omitem e menos contribuem para as mudanças que urgem!

domingo, 1 de maio de 2011

GRANDE DIA

 1º DE MAIO, além de representar o primeiro dia do mês de Maria é também DIA DO TRABALHO comemorado no mundo inteiro. A partir deste ano de 2011, uma comemoração se acrescenta à data: Hoje, na cidade eterna de Roma foi beatificado de grande memória, o Papa João Paulo II.

Nós o cantamos como João de Deus. Sua imagem se foi progressivamente revelando ao mundo, com seu sorriso, com seu carisma, com sua devoção à Igreja amada, com sua absoluta consciência do papel que lhe estava reservado entregou-se ao amor, ao desamor, às críticas, aos aplausos, aos gestos de carinho, às homenagens, aos apupos, de quantos se quiseram manifestar em relação a ele. Foi acolhedor, amigo, reconhecido do valor de cada um e de todos, haja vista o número de pessoas tornadas santas por sua decisão e vontade, mediante o poder que lhe vinha do alto. Percorreu o mundo levando a Boa Nova de Jesus, sem se importar em desagradar.  Tratou com Chefes de Governo e de Estado, civis e religiosos, crianças, jovens e adultos, gente de qualquer condição.
Foi um grande Papa!
Ficou na lembrança da humanidade inteira e agora reconhecido como Beato vai continuar testemunhando ao mundo quanto vale a dedicação inteira de uma vida ao serviço de Deus.
Em seus escritos abordou todos os assuntos que dizem respeito aos homens, analisando, se posicionando, instruindo. Sobre o trabalho escreveu também uma Encíclica. Não é preciso procurar muito para transcrever um pequeno trecho que seja bem ilustrativo do que se diz, onde quer que se deseje fazê-lo. Eis:
O homem deve submeter a terra, deve dominá-la, porque, como “imagem de Deus”, é uma pessoa; isto é, um ser dotado de subjetividade, capaz de agir de maneira programada e racional, capaz de decidir de si mesmo e tendente a realizar-se a si mesmo. É como pessoa, pois, que o homem é sujeito do trabalho. É como pessoa que ele trabalha e realiza diversas ações que fazem parte do processo do trabalho; estas, independentemente do seu conteúdo objetivo, devem servir todas para a realização da sua humanidade e para o cumprimento da vocação a ser pessoa, que lhe é própria em razão da sua mesma humanidade. (L.E. 6)
Durante todo esse mês, lembraremos Maria, Mãe de Deus, Mãe dos pobres, nossa Mãe. Com certeza aprenderemos sobre ela ainda um pouco mais. Apesar de sua declaração formal de ser apenas Serva, Maria é fonte inesgotável de exemplo de amor, de serviço, de entrega a Deus. Temos muito o que aprender com ela.
Com todo esse abastecimento: um bom mês de maio para você!