quarta-feira, 16 de novembro de 2011

OI AMADA!

De Jô para Thelma Azevedo


Thelma em almoço de fim de ano

Oi amada!” Essa era sua saudação habitual quando me ligava pedindo carona para reuniões e eventos da Academia Feminina ES de Letras.
Ao estacionar diante de seu prédio, lá estava você, no portão, toda elegante e perfumada, à minha espera. Vou sentir saudades de nossos papos nas idas e vindas pelas ruas de Vitória.
Estive em sua casa na antevéspera de sua partida, lembra-se? Encontrei-a serena e sorridente, diante do televisor. Notei que estava trêmula e também com voz trêmula, mas aparentemente bem de saúde e totalmente lúcida. Levei-lhe frutas frescas e prometi passar por lá todos os dias, após a caminhada matinal. Você manifestou o desejo de subir a serra para conhecer meu sítio. Disse-me também que seu filho tinha um sítio próximo ao meu, e que gostaria de visitá-lo antes de partir para o além.
Seu médico já havia autorizado o passeio. Combinamos fazer isso o quanto antes, talvez na próxima semana. Puxa, Thelminha! Você partiu sem me avisar!
Jo autografa para Thelma
Eu estava na roça, desconectada do mundo. Só soube de sua partida três dias depois. Desculpe-me por não estar presente em suas exéquias. Você não imagina o desapontamento, a tristeza e o vazio que me invadem ao pensar que não poderei mais vê-la, nem ouvi-la. Você demonstrava estar preparada para nos deixar, mas nós não estávamos preparados para perdê-la.
Você sempre mencionava, de alguma forma, que “sua hora” estava chegando. Eu desconversava e mudava de assunto. Nunca consegui encarar com naturalidade a perda de entes queridos. Dói muito!
Certa vez solicitaram-me um epitáfio para o túmulo de um parente. Enviei a seguinte frase: “Uma estrela que se apaga na terra, brilhará para sempre no infinito”. Pois é, querida colega, continue brilhando à nossa espera. Um dia, estaremos todos juntos, formando uma grande constelação.
Beijos para você, para os querubins, serafins e ofanins.

Jô Drumond 15/11/2011

Achei a crônica de Jô muito linda.
Não podia fazer a menos de publicar.




Obrigada Marlusse!
Até chorei ao ver meu texto com as fotos, em seu blog.
Merci chérie!
Bises