domingo, 18 de novembro de 2012

E NÓS NÃO DIZEMOS NADA


E nós não dizemos nada

Na primeira noite, eles se aproximaram
e colheram uma flor do nosso jardim.
E nós não dissemos nada.



Na segunda noite, já não se escondem,

Pisam as flores, matam o nosso cão

E nós não dizemos nada.

 
Até que um dia, o mais frágil deles

entra sozinho em nossa casa,

rouba-nos a lua

e conhecendo o nosso medo

arranca-nos a voz da garganta.

 
E porque não dissemos nada

Já nada podemos dizer!

                                                           (Anônimo- afixado na Escola de Lamaçães)