quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

INVEJA É PECADO CAPITAL

A inveja, conforme Sebastián de Covarrubias,
 gravura século 16
Tenho refletido sobre a Inveja, um dos sete pecados capitais dos quais nenhum humano escapa. Consciente disto, ouso dizer que importa montar guarda sobre nós, sobre o que pensamos em relação a alguém, porque aquela pessoa causa transtorno em nossa vida e reagimos, via de consequência,  sempre negativamente.

Segundo São Tomás de Aquino, a inveja "é o desgosto ou tristeza perante o bem do próximo" considerado como mal próprio, porque se pensa que diminui a nossa própria grandeza, felicidade, bem-estar ou prestígio. A Caridade, ao invés, alegra-se com o bem dos outros e une as almas, enquanto que a inveja entristece e com frequência corrompe a amizade. A inveja brota, em geral, da soberba e surge, especialmente, entre aqueles que desejam desordenadamente uma honraria, ansiosos de consideração e elogios. (1)
 Para Augusto Cury, a inveja é muito comum entre iguais.        (2)

É pecado capital por ser origem de muitos outros: o ódio, a murmuração, o gozar com o mal dos outros, o ressentimento, a tristeza frente ao sucesso dos outros, etc.   

A inveja é sintoma de que se necessita exercitar o desprendimento dos bens materiais e também crescer em humildade. Além do exercício destas duas virtudes, é conveniente, para lutar contra a inveja, realizar obras de caridade para com as pessoas invejadas.


Já pensou? desgosto ou tristeza perante o bem do próximo. Logo me veio, como acréscimo, quando transcrevi a palavra próximo, aqui acima: mas é um grande egoísmo. Tal qual consta ainda do texto transcrito: É pecado capital por ser origem de muitos outros: o ódio, a murmuração, o gozar com o mal dos outros, o ressentimento, a tristeza frente ao sucesso dos outros, etc.

Certa feita, descobri-me sentindo uma tremenda antipatia de uma determinada pessoa que sequer me conhece, ela vive na mídia. A certo ponto, me perguntei: mas por que provo um sentimento de tal quilate em relação a X? Afinal de contas, sequer nos conhecemos pessoalmente e me coloquei diante de mim mesma, pressionando-me para me dizer a verdade. Depois de algum tempo, nem foi longo, antes breve, descobri no fundo que sentia inveja da minha pobre vítima porque ela consegue sucessivamente, uma coisa que eu não consegui, ainda que não me faça falta, nem considere imprescindível.

Foi o suficiente para que aquele sentimento nada menos que cessasse por completo e se invertesse. Passei a ver na mesma pessoa com o mesmo sorriso e ações, alguém que tem direitos como todos e se alcança o que procura, é porque também se empenha, corre atrás.  

Importa começar por nós. Não queiramos mudar o mundo, pretendendo que os outros o façam.

Ai está um testemunho que deixo para quem gosta de ler “minhas escrevinhações”. Pode ser útil. O método é simples e a recompensa do vencer sentimentos menores dá uma satisfação que não tem preço.

 

(1)        Disponível em:   http://www.catequisar.com.br/texto/materia/fe/97.htm

(2)        Em: Maria a maior  educadora de todos os tempos.