sexta-feira, 31 de maio de 2013

MEMÓRIAS FEMININAS DA CONSTRUÇÃO DE BRASILIA

 
A exposição Memórias da Construção de Brasília resgata os primórdios da construção pelo olhar  das mulheres que aqui chegaram vindas de todas as partes do Brasil e do mundo.

Documentos, objetos e imagens raras das primeiras construções de Brasília e das experiências vividas pelas  mulheres em uma época que tudo estava por ser feito são os materiais apresentados na exposição.

Em espaços cenográficos, foi criada a ambientação do universo feminino relacionado com a casa, a cozinha do  acampamento e o local de trabalho, exibindo utensílios, mobiliários e vestuários originais da década de 60.

Na exposição, há um mini cinema, onde será exibido o documentário Poeira e Batom - 50 Mulheres na Construção de  Brasília, que apresenta entrevistas com mulheres pioneiras e filmes históricos.
 
 
 
 
 
Tomei conhecimento do evento, através de Tania Fontenele que conheci  em 2008, Brasilia - DF, na oportunidade em que a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS MULHERES DE CARREIRA JURIDICA discutiu nossa participação dos afazeres do MERCOSUL.
 
Ela fazia uma pesquisa pelo que me pareceu que fosse interessante, conhecer a história de D. Leda através do livro de Hamilton de Almeida: O LUGAR DE TODA POBREZA.
 
Não sendo Brasilia ali, não me foi possível comparecer, até porque tinha compromissos em Vitória, mas bem que tive vontade. 
Detalhes da exposição.  
 








A Capital que ia surgindo no sertão.

POEMA INACABADO


Mãe, eu sei que fui um sinal vermelho na tua avenida de esperança.

Neste mundo tecnológico, onde o tempo é raro,

onde a chegada é dos que correm melhor,

eu sou um convite à perfeição do amor.

Mãe, se nos desertos até dos cactos

brotam flores nas manhãs primaveris,

quanto mais eu, diante da tua aceitação, diante do teu amor,

neste mundo materialista, onde a beleza exterior

é o começo de toda felicidade, de todo sucesso, de toda paixão...

Eu nasci para ensinar aos homens a se entregarem

simplesmente por amor.

Eu nasci para que os homens cresçam.

O anormal é aquele que

Heliana toma posse na Academia Marataizense de Letras
teve tudo e nada deu em troca.

Anormal é aquele que segue qual saco vazio,

folha branca evitando ser escrita,

folha seca que se arrasta pelo chão.

Porque eu, apesar das minhas deficiências,

ainda caminho, mãe, ainda sei dar as mãos.

É incrível, mas, apesar de tudo, eu sei sorrir.

Vim para mostrar à sociedade que as rosas são belas,

mas, se não houvesse os espinhos para aperfeiçoá-las,

não passariam de botões.

Mãe, é difícil entenderes que jamais serei algo de concreto,

um intelectual, um doutor; jamais serei teu sonho realizado.

Mas os poemas idealizados também são imperfeitos,

e, no entanto, conseguem construir vidas.

Aceite-me como um poema de amor,
um poema inacabado.


Heliana Mara Soares é presidente da Academia Gauaçuiense de Letras e Cultura, membro da Academia Marataizense de Letras, conta com vasta publicação dos seus belos poemas como este que acima se lê.