segunda-feira, 10 de junho de 2013

APRESENTAÇÃO DO LIVRO DE MARIA LUCIA

MARIA LUCIA GROSSI ZUNTI lança seu livro de poesias NO ABRAÇO DAS ÁGUAS, dia 18 de junho 2013, na Biblioteca Municipal "Antonio Azevedo Lima"  em Linhares, a partir das 19 h 30 m. Fui distinguida com seu convite para proceder à APRESENTAÇÃO.
 
Permito-me publicar, visto que com isto, divulgo a obra.  


É fácil nos desincumbirmos de uma tarefa, quando quem a ordena oferece o veículo com o qual proceder a travessia.

Foi o que fez Maria Lucia ao distinguir-me no sentido de que apresentasse este seu livro. Já me antecipara que versejara sobre águas, do Rio Doce, da Lagoa Juparanã que lhe são tão familiares e caros.

Assim, assomo o pequeno barco que diviso a minha frente e adentro em terno enlace as águas da Juparanã. Voo, com o pensamento se pode, até Sete Lagoas e encontro uma mulher ligada às suas raízes, ela será mãe e vai parir cinco filhos. Sábia, entende a linguagem das águas falantes, capta seus murmúrios, envereda em noite escura a ponto de ter visões.

Enternece-se e faz vida com a vida de um pé de ingá que até sorri.

Extasia-se com a prata que se faz no espelho das águas e na imagem do seu cotidiano, encontra-se no colo de Deus. Nessa intimidade, aprende que, quando é madrugada a vida que nasce se entrega à falação.

Também pensa em partir o que fará em busca de alguém com quem quer-se encontrar, mas queda-se impotente  ante a impossibilidade de dois amores juntar.

Faz tempo para ter tempo de deliciar-se devorando jabuticabas, para entregar-se à beleza de orquídeas que formam o banquete de Deus, tem o corpo inteiro banhado.

À lembrança de um sonho realizado evoca noites indormidas, a FANORTE, exceção no tom em que evoluem seus versos, trepida, mas se consola: não acabou, mudou para continuar.

Também anseia por conservar pequenos mimos ao mesmo tempo em que tenta expulsar a saudade, em contraposição, no entanto, rende celebração à memória.

São todos apelos que lhe brotam da alma, evoca pessoas, cores, lamenta vidas perdidas.

Nessa divagação, percebo que meu barco singrou as águas dos poemas de Maria Lúcia e trouxe-me de volta ao ponto de onde parti. Enquanto navegava, a sensação era de estar possuída de grande intimidade com cada personagem da poetisa, de tal forma, que foi embalada pela música emanada dos versos, que fazia eco com o marulhar das águas, a forma com que se ressentiam, espalhavam-se, desenhavam rastros, mas voltavam para continuar a ser uma só, que entrevi uma tônica.

Mas quem disse que abandono logo o barco, deixo-me ficar ali, aboletada no banco do meio, na margem, saboreando os momentos vividos, enquanto releio cada poema. De repente, explode a síntese que traduz o porquê de tanta minha interioridade: ah isso mesmo, dos versos de Maria Lucia emana um halo que ao se propagar, produz aconchego.

Eis, é o que o leitor vai sentir, quando ler estas poesias, aconchego, portanto, não hesite, chega mais, chega!

 




PLENITUDE


                                            Weber Müller

A claridade da minha alma dissipa as trevas mais espessas

Meus medos se esvaem

Desânimos sucumbem

Frustrações desvanecem
 O sol da minha fé começa a brilhar

Meu interior se ilumina e irradia luz em meus passos

Inicio uma nova etapa da vida

Livre estou da negatividade dos males passados

Sinto-me por Deus purificado

Seguro, confiante, determinado

Não há noite, nem sombras dentro de mim

Transformo meus dias em perenes expetativas

Avido de desejo, realizações, plenitude alegrias.