quinta-feira, 13 de junho de 2013

HOMENAGEM À AFESL



Presidente Silvana Soares Sampaio

O Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo é uma a associação sem fins lucrativos, de caráter cultural e científico, tendo por escopo o estudo da história, geografia e ciências afins, especialmente no que concerne ao Estado do Espírito Santo.

Trata-se de uma instituição quase centenária. Sua fundação se deu no dia 12 de junho de 1916.

Propõe-se manter arquivo, biblioteca e museu especializados em assuntos capixabas, prioritariamente; editar Revista para divulgação de suas atividades e trabalhos dos seus associados; promover reuniões, festividades, cursos, conferências, congressos, concursos e outras atividades sobre assuntos de sua especialidade e afins; patrocinar e incentivar pesquisas científicas que visem valores de nossa terra e seu maior conhecimento e manter intercâmbio com associações congêneres nacionais ou estrangeiras e com Universidades que mantenham cursos de seu interesse.
Karina Fleuruy, Silvana Sampaio e Wanda Alckmim.
 

Em 2005, o INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO ESPÍRITO SANTO instituiu a Medalha do Mérito Cultural Renato Pacheco. Leva o nome e a efígie do ex-Presidente de Honra, o mesmo Renato José Costa Pacheco.

Mediante ela, agracia personalidades que se tenham distinguido como seus amigos; personalidades que se tenham notabilizado no trabalho em prol da cultura do Espírito Santo e  personalidades de destaque nos meios político, artístico e cultural, em visita ao IHGES.

Com esta medalha foi comtemplada a Academia Feminina Espírito-santense de Letras – AFESL, que de fato tem-se revelado uma entidade dinâmica com publicações, eventos e outras atividades acadêmicas de destaque.

Em solenidade realizada ontem, 12 de junho 2013, a Presidente da AFESL, Silvana Soares Sampaio,  recebeu do Presidente do IHGES, Getulio Pereira Neves,  a honraria que comporá  nosso relicário.

 

O SANTO CASAMENTEIRO


Santo Antônio
Cresci ouvindo dizer que Santo Antônio é um santo casamenteiro, ou seja, que moças desejosas de se casar rogam a ele que as faça encontrar um marido.  Opa! acho que devo colocar os verbos no passado. Penso que nos dias que correm tal prática caiu em desuso. Ou não?

Mas voltando àquele tempo, coitado do Santo, se não realizasse o prodígio, levava castigo. É que as donzelas que sempre tinham uma imagem dele, diante da qual faziam seus rogos e até acendiam velas, quando não eram atendidas, colocavam Toninho de cabeça para baixo.

Não dava em nada, porque afinal de contas, se Santo Antônio santo já é, goza da plenitude dos que deram a vida por Jesus, não se afeta com as vendetas contra seu silêncio ou inação, mas as “santicidas” sentiam-se vingadas.

O dia 13 de junho sempre foi comemorado. Por exemplo, seguindo uma devoção do pai, S. Djalma Gonçalves, um vizinho (lá da Rua do Alecrim onde morávamos) todos os anos, realizava em sua casa a Ladainha de Santo Antônio. Fazia uma grande fogueira, comiam-se bolos e batata assada na brasa da mesma fogueira, e, claro, rezava-se a ladainha.

Podia-se fazer promessa de ser comadre/compadre. O ritual consistia em rodar a fogueira três vezes, a cada encontro estendia-se a mão para o outro e se dizia:

- Bom dia, comadre!

- Bom dia, compadre,

- Santo Antônio mandou dizer para nós sermos compadres pro resto da vida.

Já sequer me lembro de quem me tornei comadre, mas era uma promessa que se  levava a sério. O costume, ao menos pelas bandas da Rainha do Cricaré se perdeu, talvez lá pelo Nordeste, algum lugarejo conserve essa e outras belíssimas práticas lúdico-juninas.

Arca de Santo Antonio
Mas Santo Antônio não é só folclore. Foi tão bom pregador da Palavra de Deus, que os Céus permitem que sua língua, não obstante os anos que distam de sua morte (1231), permaneça viva, muito bem custodiada no santuário erigido em seu nome, na cidade de Pádua, na Itália, dai porque, apesar de ser português, nascido em Lisboa, é chamado Santo Antônio de Pádua. E contendam por isto, paduanos e lisboetas.

O Papa Pio XII elevou Santo Antônio à dignidade de Doutor (Doutor(a) da Igreja são homens e mulheres cujos pensamentos, pregações, escritos e forma de vida enalteceram o cristianismo). Na oportunidade, disse: Santo Antônio ensinou não só com palavras, mas também pelo exemplo de uma vida santíssima.

Vale pensar: santos e santas chegados à glória dos altares, foram gente como a gente, de carne e osso. Suas vidas são exemplo, se chegaram a ser santos, nós também podemos, até porque, segundo diz o Apóstolo Paulo, a vontade de Deus é nossa santificação (1 Tess 4:1-13).

Casamentos à parte, Santo Antônio é reconhecido como auxiliador para encontrar coisas perdidas, do “pão dos pobres”, em sua honra também se faz a trezena: rezando-se durante treze dias.

Notaram? “dia 13 não é dia do azar, é dia de Santo Antônio”.

Marlusse 13/06/2013

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"Santo Antônio e a devoção Popular", segundo Cadernos Franciscanos de autoria do de Frei Adelino Pilonetto, Ofm.cap).

Santo casamenteiro

Assim é invocado pelas pessoas que desejam se casar e lembrado pelo nosso folclore. Não se sabe qual a origem dessa devoção. Talvez esteja ligada a algum milagre feito pelo santo em favor das mulheres, por exemplo, quando fez um recém-nascido falar para defender a mãe acusada injustamente de infidelidade pelo pai.

Mas há outro episódio com explicação mais direta. Certa senhora, no desespero da miséria a que fora reduzida, decidiu valer-se da filha, prostituindo-a, para sair do atoleiro. Mas a jovem, bonita e decidida, não aceitou de forma alguma. Como a mãe não parava de insistir, a moça resolveu recorrer à ajuda de Santo Antônio. Rezava com grande confiança e muitas lágrimas diante da imagem quando, das mãos do Santo, caiu um bilhete que foi parar nas mãos da moça. Estava endereçado a um comerciante da cidade e dizia: "Senhor N..., queira obsequiar esta jovem que lhe entrega este bilhete com tantas moedas de prata quanto o peso do mesmo papel. Deus o guarde! Assinado: Antônio".

A jovem não duvidou e correu com o bilhete na mão à loja do comerciante. Este achou graça. Mas, vendo a atitude modesta e digna da moça, colocou o bilhete num dos pratos da balança e no outro deixou cair uma moedinha de prata. O bilhete pesava mais! Intrigado e sem entender o que se passava, o comerciante foi colocando mais uma moeda e outras mais, só conseguindo equilibrar os pratos da balança quando as moedas chegaram a somar 400 escudos. O episódio tornou-se logo conhecido e a moça começou a ser procurada por bons rapazes propondo-lhe casamento, o que não tardou a acontecer, e o casamento foi muito feliz. Daí por diante, as moças começaram a recorrer a Santo Antônio sempre que se tratava de casamento.

Santo das coisas perdidas

Esta tradição é antiquíssima, encontrando-se menção dela no famoso responsório "Si quaeris miracula", extraído do ofício rimado de Juliano de Espira. Popularmente, o "Siquaeris" é mencionado como uma oração para encontrar objetos perdidos. A crença pode estar ligada a episódios da vida de Santo Antônio como este: Quando ensinava teologia aos frades em Montpeilier, na França, um noviço fugiu da Ordem levando consigo o Saltério de Frei Antônio, com preciosas anotações pessoais que utilizava nas suas lições. Antônio rezou pedindo a Deus para dar jeito de reaver o livro e foi atendido deste modo: enquanto o fugitivo ia passando por uma ponte, foi subitamente tomado pelo pavor, parecendo-lhe ver o demônio na sua frente que o intimava: "Ou você devolve o Saltério ao Frei Antônio ou vou jogá-lo da ponte para o rio!" Assustado e arrependido, o jovem voltou ao convento com o saltério e confessou ao santo a culpa.

O "pão dos pobres"

Essa prática consiste em doações para prover de pão os pobres, honrando assim o "protetor dos pobres" que é Santo Antônio. Uma tradição liga essa obra ao episódio de uma mãe cujo filho se afogou dentro de um tanque, mas recuperou a vida graças a Santo Antônio. A mulher prometera que, se o filho recuperasse a vida, daria uma porção de trigo igual ao peso do menino. Por isso, no começo, esta obra foi conhecida como a obra do "pondus pueri" (peso do menino). Outra tradição relaciona a obra do pão dos pobres com uma senhora de Tbulon, chamada Luísa Bouffier. A porta do seu armazém tinha enguiçado de tal modo que não havia outro remédio senão arrombar a porta. Fez, então, uma promessa ao santo: se conseguisse abrir a porta sem arrombá-la, doaria aos pobres uma quantia de pães. E deu certo. Daí por diante, as petições ao santo foram se multiplicando em diferentes necessidades. Toda vez que alguém era atendido, oferecia certa quantia de dinheiro para o pão dos pobres. A pequena mercearia de Luísa Bouffier tornou-se uma espécie de oratório ou centro social. A benéfica obra do "pão dos pobres" teve extraordinário desenvolvimento, com diferentes modalidades, e hoje é conhecida em toda parte.

Trezena

É uma "novena" de 13 dias, lembrando a data da morte de Santo Antônio. Também se lembra o dia 13 de cada mês, porque "dia 13 não é dia de azar, é dia de Santo Antônio". Outros lembram Santo Antônio nas quartas-feiras, dia em que foi sepultado.

 

MOEDAS DE TROCA

Salvador Bonomo.
Ex-Deputado Estadual e Promotor de Justiça, aposentado.


A nosso ver, além do real, circula, no âmbito da Política, muitas Moedas de Troca, que acarretam consequências altamente danosas à nossa Sociedade, dentre as quais registramos as que seguintes: a existência de muitos Partidos Políticos vazios de conteúdo, muitas Emendas Parlamentares Individuais e de Bancadas, desvirtuadas, e quase 40 (39) Ministérios. 

Durante longo tempo (1965-1979), como consequência do regime autoritário, existiram, no Brasil, apenas dois Partidos Políticos: a ARENA (governo) e o MDB, depois PMDB (oposição). A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, V) previu o pluralismo político, que, como um dos fundamentos da República e como diversidade ideológica, representa uma das importantes características das democracias modernas. 

Entretanto, se, alhures, se restringiu, excessivamente, a criação de Partidos Políticos, a partir da abertura democrática, ao invés de aprimorarem o sistema partidário, muitos políticos estão corrompendo-o, pois 31 Partidos já foram registrados no T.S.E, 04 serão registrados em breve e mais de 30 estão em formação, cuja maioria, além de aparecer só às vésperas das campanhas políticas e da montagem dos governos municipais, estaduais e federal (para as costumeiras barganhas), ressente-se de programas claros, das necessárias estruturas, da indispensável participação popular e das respectivas ideologias. Em resumo: são Partidos meramente cartorários, sem raízes populares e sem vida partidária; são, enfim, meras moedas de troca: é dando que se recebe.  

As Emendas Parlamentares Individuais e as Coletivas ou de Bancadas se tem transformado, também, em autênticas Moedas de Trocas, pois, ao invés de funcionarem como instrumentos de aperfeiçoamento dos orçamentos anuais, através de melhor alocação de recursos públicos para obras prioritárias, sobretudo nos localidades e regiões mais carentes, com certa frequência tem sido desvirtuadas, na medida em que assumem caráter de chantagem ou de negociata eleitoreira, e até mesmo de corrupção, como ocorreu no caso da “máfia das ambulâncias”. Aliás, já disse o Senador Pedro Taques (PDT-MT), com o que concordo: “Não é possível combater-se a corrupção, sem se falar em emendas individuais”. Resumindo: é toma lá, dá cá.
 
Outra verdadeira Moeda de Troca tem sido os quase 40 (39) Ministérios (24 Ministérios, 9 Secretarias, com status de Ministério, e mais 6 Órgãos, também com status de Ministério, além do número exagerado de cargos comissionados em cada um deles. Senão, vejamos alguns exemplos chocantes: 1) – no Ministério do Planejamento, 50% dos cargos são comissionados; 2) – no do Turismo, 56,3%; 3) - no da Pesca, 56,6% 4) – no dos Esportes, 64%; 5) – no do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 70%. Muitos deles tem sido objeto de verdadeiras “negociatas” com os ditos “Partidos da base”, em homenagem à “governabilidade”, segundo alegam, só que, no primeiro ano do governo da Presidenta, caíram 6 Ministros, suspeitos da prática de irregularidades.
   
Concluímos, dizendo que não basta sermos honestos e dizermos que somos honestos; é preciso, também, combatermos a desonestidade, sob pena de sermos coniventes com as coisas erradas que, com muita frequência, acorrem no nosso entorno.