quarta-feira, 3 de julho de 2013

O TEATRO DE NORMA


Em visita sucessiva ao Projeto Araçá, em São Mateus, fui presenteada com um livro, no qual foram reunidos diversos textos de apresentações teatrais protagonizadas por alunos.

Trata-se de ocupação em que jovens atores veem-se desenvolvendo sempre mais e, com sempre mais exuberância, “fazem explodir” o talento dos quais são dotados.

E meu pensamento voou aos anos sessenta, quando fui “atriz” em diversas produções da Profª Norma Zuliani Rios que no tempo, não avaliei, mas agora fiquei pensando, como é que ela fazia tanta coisa? Da produção à apresentação, tudo se devia a ela.

Igreja Velha

O teatro era o “cinema de S. Fernando”, parecia uma sala imensa, o palco no centro, de que tamanho poderia ser não sei, mas nos movimentávamos muito bem, na ribalta. Nas paredes, a maestria do artista, Cyro Sodré, imprimiu com óleo e pincel, imensos quadros.  Imensos? Bem não deveria ser tanto, mas ocupavam as paredes laterais. Claro, eu disso me lembro muito bem: um, a curva do rio Cricaré, outro, a Igreja Velha, os dois maiores símbolos paisagísticos de nossa cidade.

O Cricaré e suas curvas
Quando se entra hoje no restaurante ali existente, fica-se a imaginar: quão pequeno é esse espaço! Mas o cinema parecia tão grande!
Ali, Norma produzia suas peças e enchia a sala. Havia detalhes no cenário de acordo com o texto e a população comparecia. Depois de organizar tudo nos bastidores, ela ficava “no ponto”, a tudo, atentíssima.

Certa feita, a peça tinha um mordomo (Toninho Carvalho) de quem a governanta da casa (eu) era enamorada. Fomos maquiados para “amadurecer”. E como se tratava de amor não correspondido, ela aprontava todas pra cima dele.

Tio Jorge não sabia que a sobrinha estava “representando” e divertiu-se ainda mais, ao constatar que “aquela governanta” era ela. Na plateia, dava as mais gostosas gargalhadas. Parece que o vejo.

De outra feita, acho que era isto, fui uma menina que adormeceu debruçada  numa pedra e sonhou com Nossa Senhora. A pedra foi um papel pintado de preto. E dai aconteceu o estrago.

Mamãe preparou um vestido branco, muito bem engomado, eu o vestia. Quando a menina acordou e levantou-se, o vestido estava todo sujo de preto, braços e rosto também. Imagine se foi evitado o riso ou até gargalhada de alguém o que, com certeza, quebrou o clima esperado.

Se com os grandes acontece, imagine-se com amadores.

Havia sempre uma apresentação no final. Norma me achava capaz de tudo. Escolheu-me para ser a odalisca que dançaria para um sultão (Jorginho Daher) e começaram os ensaios na casa dela. A música era o bolero de Dante Santoro e Ghiaroni, tema de uma novela. (Partiu na caravana da ilusão, que tem o ouro, para comprar o seu amor...).

E foi ai que veio o complicador, eu não sabia rebolar de jeito nenhum, algo como a “dança do ventre”, Norma insistia e nada. Maria Helena Neves foi então chamada, sucesso total!

Era tão bom, alegro-me por acabar de registrar mais esta bonita lembrança e com ela presto sincera homenagem a Norma Rios, ícone da cultura Mateense. 

JOAQUIM BARBOSA


                              
                                              Fahed Daher .
                                              médico e escritor.  Apucarana PR 

No vasto território nacional
Entre o furto, a discórdia, a impunidade,
Onde o povo sem voz é um animal,
Surge um momento luz de claridade.

Entre os henriques, lulas “etc” catervas,
Entre sarneis, fernandos,...  Camarilhas...
Os zés dirceus e toda praga de ervas
De mensalões, de furtos e quadrilhas...

Ao brasileiro resta uma atitude:
 Olhar os céus rogando, de mãos postas
Que mande um santo ou mártir, nos ajude
A eliminar as pestes, estas bostas...

De tanto implorar, desesperado,
O povo viu chegar na, dura liça,
 um homem justo, honra de  togado,
na  sentença e a firmeza da justiça.

Joaquim Barbosa o símbolo atual
Da Fé do povo triste e alquebrado.
Vem nos mostrar o rumo da moral
Na sentença fiel... Seu grande brado.

Preto sem luz é o saque contra o povo.
Preto sem luz é o sangue do ladrão.
Na cor da pele o preto é um raio novo
A proclamar a honra da nação...
                     NO juiz
Que busca ser a verdade,
Que busca ser o direito,
Que busca que a honestidade
Seja  força do seu peito. 
                                                                                           
 20/12/2012