segunda-feira, 28 de outubro de 2013

VIVER É UM PRIVILÉGIO


Pode-se ouvir ser dito: bom dia, é um privilégio ter despertado!

Hum... privilégio... privilégio? 

Seria realmente privilégio? A ser positiva tal resposta, os que já não despertaram nesse dia, são desprivilegiados? "Foi mal" alguma coisa em relação a eles? Ou não é o caso de se denominar de um outro modo o fato de se ter despertado?

Todavia, se pode e se deve admitir que a vida é realmente um privilégio, considerada na sua totalidade desde o fato de possui-la, tal vida, incrustados nela todos os dons dos quais vem adornada e que malgrado todos, acabam por passar despercebidos  de expressiva maioria que acaba por prescindir de poder desfrutar de tudo que a mesma vida oferece.


A vida? A vida é antes de tudo um presente de Deus e tem tempo determinado que o seu detentor desconhece. O mesmo se diga em relação à vida do seu semelhante e da parte de cada um. A vida é um chamado, implica em se dar uma resposta. Enquanto o chamado vem da parte de quem a dá, a resposta depende de quem a recebe e só por este pode ser dada.

Enquanto dura que seja intensa e proveitosa. Seja de atenções a tudo que a rodeia e do despender de todas as atenções de forma recíproca. Mesmo se vier a  faltar este último ingrediente, o da reciprocidade, que entre em ação o desprendimento, virtude que consiste em dar sem receber troca de quem recebeu. O melhor mesmo é não pretender nenhuma recompensa, que contudo acaba vindo de alguma forma. Toda retribuição acaba por vir de quem não foi o destinatário ou daquele a quem foi dado, virá de alhures, de outrem igualmente generoso, e ainda ensina que apesar de ter dado muito pouco, ainda mais é o que se recebe.

Viver é privilégio sim. Privilégio que não consiste exatamente em não ter partido daqui para algum outro sistema que um tal Paulo descreveu em carta (Coríntios 2,9-11) a uns amigos num lugar deste mundão, assim:  ‘Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam’.

Então, que se admita de novo, viver é privilégio, enquanto nos assegura oportunidade de fazer transbordar a taça do bem, do vinho que se oferece a todos (todos são todos) quantos forem encontrados, seja qual for a sede da qual padeçam ou a característica que tiver o sentir de sua carência.

Continuo pensando, provavelmente volte a divagar sobre o tema ao mesmo tempo que alguém já terá sido provocado a fazer o mesmo.

Boa vida!

Calma, minha expressão não tem tom de ironia, expressa um desejo profundo que brota do mais profundo de mim, razão porque lhe repito: boa vida!

Marlusse Pestana Daher
Vitória, 28 de outubro de 2013  09:13