Prognóstico de sociólogos sérios nos últimos anos do
século passado, para a alvorada do terceiro milênio, está de todo confirmado:
de cada dez pessoas no mundo, seis vivem na miséria, cresce o número de migrantes.
“Um
natal sem fome” - mas só no Natal? depois pode? - e se recolhem alimentos para quem está precisando. Só na
oportunidade da celebração da “Missa da
Família pela vida” celebrada pelo Pe Marcelo e seu Bispo, em São Caetano, no
dia de finados, foi recolhida uma tonelada.
Centenas
de “sem teto” invadiram prédios vazios na cidade de São Paulo. Professores da
rede pública estadual voltam ao trabalho... por muito menos do que fazendo jus,
pretendiam. 800 homicídios já foram
registrados no Espírito Santo este ano.
Se
começarmos a desfiá-las, haja tempo, pois são incontáveis as situações que
denotam a exclusão em que vivem só no Brasil, quarenta milhões de filhos seus.
Nem
é recente. Desde os início, o nosso foi um país de excluídos,
de dominadores e dominados, de conquistadores e escravizados. Um país em
que as grandes maiorias produzem para poucos consumirem.
Não
se pense que será possível falar de paz, não se pense que “haverá sossego”
enquanto essa dualidade for tão predominante. E existe solução!
Não
se pretende igualdade absoluta, é utopia, mas ao menos, menos desigualdade, um
encurtamento da distância que neste passo cada vez mais se acentua entre
pouquíssimos que têm tanto e muitíssimos desprovidos até do essencial.
Colocando
a cabeça para pensar, não é que seja fácil admitir que o governo brasileiro
prefira errar, mas não dá para conceber que seja mantida essa política
neoliberal, implantada no rastro do insucesso havido com ela, em países como a
Inglaterra que entre 1979 e 1992 viu aumentar de cinco para quatorze milhões,
seu número de miseráveis e dos EEUU que naqueles mesmos anos, tiveram que
conviver com um aumento de 20% só de tuberculosos, sem olvidar que tiveram que
apelar aos japoneses para que comprassem seus automóveis, graças a crise de
mercado sobrevinda sobre produtos americanos.
Neoliberalismo
é a velha doutrina econômica liberal, adotada na Europa, desde o final da
Segunda Guerra, em vista da falência do "Estado do Bem Estar Social".
Prega a supremacia do mercado sobre todas as coisas, incluindo-se os
direitos sociais e trabalhistas e, se necessário, até os direitos políticos.
Em
outros termos, o homem é secundário, primeiro cresçam as divisas, os cofres devem estar abarrotados
de... “dólares”, economia é o que
interessa (o resto não tem pressa).
Ou como define
claramente D. Pedro Casaldáliga, “neoliberalismo é o capital levado as últimas
conseqüências” e por isto mesmo: ”neoliberalismo é pecado”.