sábado, 27 de setembro de 2014

NÃO SEJAMOS APENAS GENTIS

VALE A PENA LER DE NOVO

Sempre reflito quando ouço ou até mesmo eu mesma digo certas frases. Por exemplo, você está no elevador do prédio onde mora, um vizinho ao sair primeiro que você, diz: até logo, prazer em vê-la.

Que não seja um dizer formal, um mero repetir de uma frase gentil. Você já ouviu falar em “turbinar o carro” para que ele fique mais diversas coisas, mais ágil, mais... barulhento, tem gente que gosta!

Pois bem, é preciso turbinar as frases gentis que dissermos para que não sejam ditas apenas por dizer, não será melhor que não sejamos apenas gentis?

Pois bem, turbinar dizeres é se predispor, portanto preparar-se antes, com intenção de que todas as vezes em que forem usadas   expressões gentis, hão de estar revestidas primeiro, do amor que toda pessoa merece, (sem esquecer que amor é verdade) porque aos outros se faz, só o que quisermos para nós; que seja um cumprimento sincero, que brote do âmago da gente, que traduza o que queremos dizer, ou é melhor não usar tais expressões. Fingir não pode.

Ao dizer antes, quero dizer que fizemos propósito de ter para com as pessoas aquele cuidado ético que facilita a convivência, que não constranja ninguém ou como diz o apóstolo Paulo “estar animados dos mesmos sentimentos de Jesus Cristo”.

AO CONTRÁRIO

Nunca me deixa dúvida a saudação de pessoas que estão absolutamente conscientes do valor que têm e que por isto, são espontâneas no trato, ao ver o outro, recepcionam com a maior simplicidade. Sorriem com o mesmo sorriso, têm a mesma expressão da face, o mesmo brilho no olhar.

Vivenciei isto hoje ao ver Marly De Prá, minha colega de faculdade, trata-se de uma pessoa querida que vi sempre igual, sempre a mesma, sempre livre de quaisquer amarras. Que linda!

Pode não parecer, mas eu bem que tento ser tudo isto, se não dá, malgrado meu, é porque me faltam virtudes que ainda não adquiri.

O bom é tentar. No recomeço há sempre glória.


13h21 m 27 de setembro de 2012

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

DOMINAI A TERRA



        Após ter criado a terra e constatado que o resultado estava muito bom, Deus quis criar um outro ser, que tivesse além de todos os atributos que a tal criatura dera, outros, tais como: capacidade de perceber e discernir sobre o que o rodeia, inteligência e capacidade para entre muito mais, determinar-se pela própria vontade. E criou a pessoa humana, nada menos que à sua imagem e semelhança.  De pronto, fê-la ciente das competências que devia ter, das quais todas as outras seriam decorrentes. E disse-lhe: crescei, povoai a terra e dominai-a.

     
Há milhões de anos! Podemos ficar por aqui pensando, quanto era estupendo tudo e quanta beleza havia para qualquer banda em direção da qual se olhasse. Quanta pureza no ar que se respirava, quanta harmonia no canto dos pássaros; quanta destreza na floresta cujos galhos balouçavam ao impacto dos ventos; que sinfonia ininterrupta espargiam os oceanos no seu destino de espraiar-se e voltar aos seus pontos de partida, absolutamente certos de que há limites que lhe são impostos a partir da imensa área que lhe foi destinada. Aqueles mangues, plenos de mistérios indecantáveis. Animais inumeráveis, de todas as cores, de todos os portes, de impensadas espécies.  Vida a explodir por toda parte! Uma biodiversidade que jorra poesia e produz a ópera jamais repetida ou sequer aproximada, quanto mais igualada, por mais geniais que sejam estes esplêndidos compositores dos quais temos notícia.

        Mas a pessoa virou homem, olvidou-se da semelhança. E pouco a pouco, pela facilidade de satisfazer suas necessidades, sem sequer precisar distanciar-se de onde estivesse, sem reparar que, a certo ponto, precisou andar, viajar um pouco mais, para encontrar com que subsistir, prosseguiu inconsciente. Sem plantar, colhia, com as próprias mãos, com alguns instrumentos primitivíssimos, seguiram-se aperfeiçoamentos...  Hum!!!  por fogo é uma boa solução, poupa-se força e se apressa resultado. Depredação... Exaustão!

        Bem, com ou mais consciência, a grande verdade é que chegamos ao exaurimento do potencial da terra. Depois de milhões de anos que não estão incluídos no nosso calendário e só depois de 1950 anos, a partir de quando os anos contamos, é que algumas iniciativas começaram a ser adotadas. Movimentou-se a ONU, realizando diversas Conferências, entre elas a da Biodiversidade, no Brasil, em 1992. As nações se mobilizaram. Passou-se a falar que o meio ambiente conta. Surgiram ONGs. Hoje, se fala em aquecimento da terra, em exaustão do solo. A terra está desproporcionalmente povoada. A revolução industrial debita-se a queda nas taxas de natalidade nos países que se industrializaram. O sonho da cidade grande ou as intempéries circunstanciais ocorridas no campo promoveram a migração de um grande contingente para as periferias das cidades. Desatentos os (des)governos privilegiaram ricos que se tornaram milionários. Aos marginalizados, sem outra alternativa,   restou povoar a terra e como povoam!

        Dominai a terra. Sim, dominai, porque você, pessoa, lhe é superior e toda a grandeza que ela encerra é para estar a seu serviço, agir sempre em seu favor. Dominai-a, no sentido certo, ou de que todo domínio requer um respeito que seja recíproco. Uma relação de ternura até. Não, lhe causando transtornos! Não, desrespeitando seu ritmo e suas forças! Não, sugando-a! Não, privando-a do próprio tempo! Não, deixando de restituir-lhe o que lhe empresta.

         Ou que todos virem eunucos. Ao menos assim, teremos certeza de que não haverá futuras gerações e consequentemente ninguém virá a ser privado dos bens da terra, condições sem as quais é impossível ter vida.

Marlusse Pestana Daher




terça-feira, 23 de setembro de 2014

CANDIDATÔMETRO


Eleitores conscientes ante o dilema em quem votar? No menos pior, mas quem é o menos pior? Discurso pelo avesso não se pergunta: qual é o melhor? Outro diz: "vou votar em Fulano, ele fez uma boa administração".
A este ponto chega-se onde se quer chegar. Em que consiste uma boa administração? Só pode ser a que muda paradigmas. Uma administração que não se faça de aparências, mas que tenha descido ao mais profundo das necessidades dos cidadãos e tenha envidado o melhor esforço no sentido de dar a eles condição de vida melhor da que tinha antes, representada antes de tudo, por notáveis melhoramentos na educação.

Educação inclusiva, onde a escola seja todos os dias frequentada por todos os seus alunos, onde não se ensine apenas as disciplinas do currículo comum, as tais matérias: língua, ciências, inclusive religião e civismo, mas que desperte as aptidões que serão desperdiçadas, se cada um não for posto no seu pedestal para recebimento dos aplausos que bem merece. É imprescindível que o corpo docente seja visto motivado, bem vestido, alegre, recompensado pelos esforços que despende para construir a Nação.     

Entra e sai ano, revezam-se os administradores, os partidos, mas o descaso com a questão continua, muitas vezes, credenciado pelas poucas letras de expressibilíssima parcela dos que galgam o cargo público e, com ele, o poder; que se veem tendo chegado lá, sem jamais terem aprendido o essencial, portanto prescindem de dar valor ao que importa.   

Ao invés, ouviu "serem gabados" aqueles que constroem praças, asfaltam ruas, pintam postes, reformam algum prédio ou outro, fachadas e mais fachadas e o povo ainda que alforriado da ditadura dos coronéis se encanta com as cores e sentencia: temos um ótimo prefeito.

Como se vê, não é tão difícil quanto parece escolher o menos ruim (ou melhor), meça-se sua capacidade de derrubar barreiras, a primeira constituída de seu ego, optar pela dignidade da pessoa e crer que em suas mãos está o poder que é apenas para ser exercido como mandatário, jamais sobrepondo-se aos verdadeiros detentores dele, o povo.       

Nota: este artigo foi escrito antes da divulgação de que o Estado ganhou mais uma medalha que ninguém quer, a dos piores índices em educação.
(Escrito em 18/08/2012)
Marlusse Pestana Daher   

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

ENTREVISTA À FOLHA ACADÊMICA

A FOLHA ACADÊMICA, jornal de São Mateus, me entrevistou esclarecendo que a proposta da matéria era apresentar as contribuições de algumas pessoas para a construção da história da cidade.  

Pedi que me mandassem por e mail e procurei fazer o melhor possível. Aqui vai a íntegra, porque jornal todo mundo sabe como é, não coloca tudo que se diz e até não deixa de acrescentar o que o entrevistado não disse.


FA -  Há quantos anos mora em São Mateus? É filha da terra?   

MPD - Antes de tudo quero registrar que me sinto como quem leva um tremendo puxão de orelha. Isto porque, quando convidada para esta entrevista fui esclarecida que me encontro entre pessoas escolhidas, ao menos, como prováveis contribuintes para a construção da história de São Mateus. 

Construir a história é edificar e de tal forma que ao ouvir seu nome ressoe como de bons ventos que possam ter semeado por essas plagas, sementes que uma vez deitadas ao solo, venham germinar, crescer, produzir frutos.     

Só com um bom exame de consciência é possível responder, mas vou tentar.

Nasci em São Mateus, bem do lado da Igreja de São Benedito, naquela casa da esquina, hoje só loja, terei gargalhado ao ouvir o bimbalhar os sinos? Nunca me disseram...

Cresci na Rua do Alecrim, alfabetizada por D. Dadosa, estudei no “Amâncio Pereira”, tomei banho no Corguinho, aquele que está gemendo e quase acabando. Aliás, por onde passava, não passa mais.        
   
Como todo mateense canto as palmeiras que só conheci através de fotografias e que margeavam o rio, sou fascinada pela curva do Cricaré, gosto da cidade, sou devota do Glorioso e gosto muito de mateensear.  
 
FA - Quais as contribuições para a transformação do municÍpio, em termos políticos, econômicos e sociais? Qual é a sua história com a cidade? 
 
MPD - Meio desconcertante esta pergunta, requer colocar a modéstia de lado. Meu primeiro ofício foi professora e nisto envidei todos os esforços, despendi todas as forças físicas e da alma ensinando português. Severa, talvez demais, os alunos tinham até certo medo de mim.

Morreria sem saber, se de muitos não ouvisse, quando o tempo passou, tanto reconhecimento da parte de tantos. Sem que nada perguntasse, um aluno me revelou ter saído da escola por minha causa. Adulto, no trabalho, teve que voltar a estudar e reconhecia ter perdido tempo, por não me ter compreendido, “você tinha razão”, me disse ele. Duas outras resolveram desafiar-me de uma forma mais que salutar,  estudavam muito para obterem os melhores resultados. 

Nesse contexto, fui musa também, guardo poesias que adolescentes cometeram para mim, cheguei a paraninfar duas turmas de professorandas, enfim, sem orgulho, mas em verdade posso dizer que plantei e colhi graças a Deus.     

FA - Em que áreas atua e qual é o envolvimento e correlação do trabalho realizado para a consolidação de uma cidade desenvolvida?                            

MPD - Depois, tornei-me advogada e como Defensora Pública fui guerreira a ponto de incomodar não só os ex adversos, mas quem fazia parte do sistema do judiciário e não gostava de ver tanto caso de pobre ocupando espaços em suas mesas, não havia isso antes de mim. Ardorosa defensora contra toda e qualquer injustiça muitas vezes em dor, nunca abandonei uma causa.           
Eleita vereadora, não transigi nunca com coisas erradas, e claro, desagradava e como! Um Presidente da Assembleia Legislativa chegou a me aconselhar que aliviasse. Não o atendi, nem entendi.       
Assim, foi procurando fazer bem tudo que fizesse que acho que contribui para minha terra ser mais respeitada e querida.        
 
FA - Como se sente em ser representante de parte de uma história tão rica como a de São Mateus?
 
MPD - Representante de parte de uma história tão rica são palavras suas. Chego a estremecer! Depois do magistério estadual, fui parar no Ministério Público Estadual. No meu discurso de posse afirmei que tudo faria para que depois de mim a Instituição fosse melhor, porque eu teria passado por ela. Ali também dei o melhor de mim. Travei grandes batalhas, enfrentei, nada menos que corrupção, autoritarismo, mas nunca me verguei. Às vezes, ainda me pergunto o porquê de alguns acontecimentos e outra dúvida volta a pairar: se eu não atinava com a motivação não seria inveja?  Mesmo sem respostas eu só queria trabalhar e muito.        
Realizei como Promotora de Justiça tudo que planejei. Jamais saberia o que significa plena realização profissional se não tivesse passado pelo Ministério Público. E foi tudo tão intenso que eu mesma não me surpreendo por não sentir saudades.         
Acho que é isto. Fazer história, como notado ou anônimo é desincumbir-se bem do seu ofício, fazer a sua parte, pois cada um é parte da engrenagem com que o Estado se move para servir bem ao destinatário da sua razão de ser, o povo.         
 
FA - Deixe a sua homenagem, os parabéns à cidade no aniversário de 470 anos.

MPD - No dia em que o Povoado do Cricaré completa 470 anos de história só posso desejar que encontre ainda mais prosperidade e desenvolvimento, que nossos governantes preservem o que temos e destinem da melhor forma os recursos orçados para tanto, sobretudo, que cada  mateense tenha o que merece, a atenção devida na satisfação de suas necessidades básicas, o respeito a todos os seus direitos, ao mesmo tempo que não se omita quanto aos deveres e como sempre, saiba que pode sempre contar com essa conterrânea convicta que a todos quer bem.        


Omiti minha atividade atual, em relação à literatura.


 
 

sábado, 20 de setembro de 2014

SÓ ACONTECE O QUE PROMOVEMOS


Enquanto almoçava na casa de amigos, conversávamos sobre muitas coisas, desde a família, amigos em comum, nossas vidas e claro, política...

No contexto da conversa, ilustrando o assunto de determinado momento, ele que é médico, citou pacientes que chegam ao seu consultório e dizendo que consultaram o “google”, vão passando para ele, todos os possíveis diagnósticos ou aspectos do incômodo do qual possam estar acometidos, pelo que, muitas vezes, embora constrangido, deve lembrar àquela pessoa que: se procurou o médico é a ele que compete diagnosticar o que tem.

A internet, com o seu google são coisas, sim não passam de coisas, das quais muita e muita gente mesmo, não prescinde mais. Para elucidar dúvida, basta digitar a palavra chave e surge um mundo de informações.

Daí fiquei pensando: já que são tão úteis, por que não nos valermos delas nesse momento tão importante das nossas vidas, qual é, a proximidade das eleições que traz a grande possibilidade de entregarmos o poder ou de nos fazermos representar por quem tenha menos rastros indesejáveis, seja menos interesseiro, pense mais no outro do que em si mesmo. Pior, não queira o poder como forma de se sobrepor.

Em geral, a escolha de um candidato não passa por nenhuma avaliação sobre seu mérito efetivo, sobre sua capacidade de exercer o mandato pretendido. Simplesmente, a gente “vai com a cara” do tal, reconhece alguma boa ação sua e dai, deixe o mundo falar o que quiser, não se muda a escolha.

Temos que admitir que somos um povo de poucos conhecimentos. Pouca gente ainda tem gosto pela leitura, se informa, procura estar a par dos acontecimentos, reflete sobre eles e com sabedoria, tira conclusões.

A escolha de um candidato seja para qual for o cargo deve ser objeto de uma boa reflexão; É preciso deixar de lado todos e quaisquer preconceitos, mergulhar o quanto mais profundamente possível na sua vida e compará-lo com seus concorrentes, escolher quem se afigurar, se não como o melhor, que seja o menos pior.

Neste sentido e aqui está porque citei inicialmente o instrumento de busca google, na internet: coloque o nome de cada um e veja os resultados que encontra. Não se tenha a ingenuidade de dizer que se trata de intriga da oposição, que é armação ou encontrar outra escusa qualquer para não admitir o que se lê, o que se acabou por concluir.

“Onde há fumaça, há fogo”. Esse princípio de sabedoria popular é indiscutível. O que chega ao conhecimento público muitas vezes, por mais intenso que pareça, não contém a verdade total sobre o crime ou improbidade administrativa praticada.

Já não é fora de tempo a necessidade de acabar com tanta corrupção; urge nos erguermos do comodismo ou resignação condescendente, do achar que não tem mais jeito. A solução só virá se nos insurgirmos e não votarmos na dúvida. Deve valer a pena.

Pesquisemos o passado – quiçá não tão distante – de quem pretende receber o nosso voto e respondamos com toda intensidade do nosso mais profundo amor, pela nossa Pátria, pela nossa gente, pelos nossos direitos e todos os direitos humanos de todos.


Mudanças  só acontecem se nós as promovermos. 

Marlusse Pestana Daher
Vitória, 19 de setembro de 2014

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

POR UMA POLÍTICA COM GRANDEZA


Para Sócrates, filósofo grego, o governante perfeito devia ser filósofo, partindo do pressuposto de que “as ideias pertencem a um mundo que somente os sábios conseguem entender”.


Já Bobbio considerou a política como “forma de atividade humana, estreitamente ligada ao poder, direito de deliberar, agir e mandar, faculdade de exercer a autoridade, a soberania, o império de dada circunstância ou a posse do domínio, da influência ou da força”.

Com exceção do requisito filósofo, concordo com os dois: sabedoria é indispensável ao bom discernimento, à melhor escolha ou capacidade de “ver, julgar e agir”. Determina a práxis do homem investido de poder sem confundir como sobreposição aos verdadeiros donos, nem se sirva do mesmo, para satisfazer caprichos pessoais, tramar com a desonestidade, esquecer que na verdade, o mandatário é um servidor do povo.

Aos militantes na política muitos poderes são outorgados, mas não ficam ao arbítrio de nenhum, as escolhas do que especificamente deve fazer, e até por isto, só resta investido no cargo respectivo, mediante posse, quando profere juramento solene de que cumprirá a Constituição do país.

Já que nossa Carta Magna prevê “que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos”, apossar-se do poder é arrogância, sabe à apropriação indébita, ou agir com improbidade. 

Nem é o caso de nenhum detentor de poder sentir-se à deriva, ou partir afoito em busca de objetivos a serem alcançados,  uma vez que de novo a mesma C.M. os esculpiu: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional;  III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

De política muito se fala e cada cidadão entende dela ao menos um pouco. Mas dos parâmetros acima, para uma política com grandeza, a maioria não sabe e o que é pior, mediante o que vê, ouve, tem notícia de qualquer modo, forma conceitos e adota princípios que se distanciam dos ideais que levam ao desenvolvimento e constituem uma Pátria que seja realmente de todos. 

Diante das notícias estarrecedoras de corrupção, da falta de caráter não de políticos, mas verdadeira corja, precisamos acordar e dar-lhes fim, aos politiqueiros, aos orquestradores de conchavos, aos que desvirtuam a nação e só pensam nos próprios interesses.

Marlusse Pestana Daher

Vitória, 17 de setembro de 2014

4:56

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ESTADO DELINQUENTE

TUDO COMEÇA PELA DELINQUÊNCIA DO ESTADO

O primeiro delinquente é o Estado. Delinquente por omissão e coautor dos muitos crimes que se cometem no seu território.
Houve particular momento em que já dei ênfase ao conceito, como naquela oportunidade em que um delegado indiciaria a mãe que deixou o filho no barraco com forma artesanal de matar mosquitos. Ocorreu incêndio, a criança morreu.

- Por que ela foi condicionada a sair, a ter que deixar a criança sozinha e preservá-la da “mosquitada”?

- Porque o Estado delinquente não cuida de todos como deve e ainda é compassivo com o que faz faltar dinheiro para essas necessidades. Sugeri que indiciasse também o prefeito, o governador e quem mais representa o estado omisso.

Já sustentei também que os casos de tortura por ação são precedidos de tortura por omissão do estado, claro. De outra feita, que não cometeu crime de racismo aquela mulher que embarcou num ônibus cheio e se desentendeu com o motorista da mesma cor dela.

Agora, vemos a execração pública a que é submetida a jovem gaúcha, torcedora do Grêmio, que teria ofendido o goleiro Aranha.

Ora, ora, ora, não sou a favor de se ofender absolutamente ninguém com a menor entre as palavras que sejam ofensivas ou possam deixar o outro menos bem, mas num ambiente onde a mãe do juiz recebe todas as qualificações ofensivas possíveis de serem lançadas, onde se sabe que o fanatismo pelos clubes impera, aonde quem ali vai é motivado pela denominada paixão, o contexto, imputar crime a expressão usada pela moça é mais que exagero.

Ou admita-se a violenta emoção, hipótese do inc. III, art. 65 do Código Penal, ou seja, “cometer o crime em tal estado após provocação da vítima”. Provocação que não deixa de ser uma defesa espetacular de um goleiro, quando a torcida opositora esperava um belo gol. A quem discordar, vou responder que opino como quem concebe que lei não é feita para ser cumprida, mas para ser interpretada.

Analisei a expressão da torcedora naquele momento, escolhida pelo câmera, por ser representante do sexo feminino, ser bonita e estar torcendo com tanta garra. Onde é que estão os outros?

Não aplaudo a ofensa a Aranha, nem a ninguém, mas quero defender Patrícia, punida como não fez por merecer e ante a convicção de que era apenas parte de uma multidão tangida pelos mesmos sentimentos, se os mais nobres não sei. 

Certa revista disse o episódio “mostra que o racismo deixou de ser aceitável no Brasil”. Até parece. Morte é aceitável? Corrupção é? Não? E mesmo assim continua a acontecer. Como é que fica?

Queremos ajeitar o que está errado, ajeitemos o Estado. A hora é propícia, está quase chegando.

Marlusse Pestana Daher

Vitória, 9 de setembro de 2014

MANHÃ NO COLÉGIO IMACULADA CONCEIÇÃO

Pode ser o que de melhor me aconteceu em Tumbes. Esse encontro. 

Estava na chamada Praça das Armas,  VI FESTIVAL MUNDIAL DE ECOPOESIA - CIDADE DE TUMBES - PERU, quando fui abordada pela Alcaldesa KATTY MARCHAN APONTE, da Escola Imaculada Conceição de Tumbes. 

Alcaldesa da Escola. Alcalde são prefeitos.

Eu partiria na tarde do dia seguinte, mas de jeito nenhum recusaria o convite que ela me fez de estar presente na manhã do dia seguinte, para o hasteamento da Bandeira Nacional do Peru, na sua escola. 25 de agosto de 2014, manhã de uma segunda-feira.  


Pouco antes das sete da manhã estava Katti na frente do hotel, de táxi, para conduzir-me ao local.  Foi lindo. As fotografias revelam: 


Ai estamos Katti e eu. 
Riram-se divertidos quando usei a faixa de Katti. 

Hasteando a bandeira do Peru.
Que honra! 
Outro aspecto do hasteamento!



Dai, o Coordenador saúda os alunos cada manhã .
Onde fiz o mesmo. 
Uma gruta de Nossa Senhora.
 Imaculada Conceição é uma Escola pública.


A Mensagem

Yo soi aqui para hacer una invitacion a usted. Estudar  para hacer resplandecer la joya que es la cultura e lo amore alla naturalezza, alla vida

Quisera hablar lo espanholo pra decir: amo usted. 

Deja levar aunque no sabem per las manos dos professores. 


Da lejos donde habito, de mi tierra, lo imenso  Brasil, vo ricordare esta mañana, di usted, del Peru. Gracias!

Gracias por la antencion!

Viva el Peru!

-Vivaaaa!

E fiz um gesto de quem abraçava todos. Ocorreu uma explosão de risos e alegria. 
O Coordenador que conversa, exorta e reza
com os alunos antes da entrada. 

Depois Katty fez questão que eu entrasse na sua sala de aula, onde conversamos, rimos, brincamos e cantamos.

 Todos queriam fotografar-se com a visitante. 



























Com a Ecopoetisa e Professora Ana Maria. 




quinta-feira, 11 de setembro de 2014

BÊNÇÃOS AO PARTIR


Plena manhã de quarta-feira e aquela mulher estava sentada num banco da Praça Bolognesi, em Tumbes, cidade do Peru.

Os tumbesinos retribuem de plano com um cumprimento, ao simples olhar observador como foi sempre o meu, em caminhadas pelas ruas da cidade com propósito de conhecer o quanto mais possível desde os detalhes da mesma cidade, até a forma com que se movem as pessoas, quem sabe os sentimentos pelos quais estão movidas.

Assim, um olhar de passagem por alguém pode fazer ter que voltar ao foco, porque aos ouvidos acabam de ressoar um simpático: Buenos dias!
Foi o que aconteceu entre mim e a tal senhora que em seguida a minha resposta, convidou-me a sentar ao seu lado, com o que aquiesci. E ela foi-me perguntando de onde era, e tudo que acontece, quando se deve travar uma conversa amigável.

Primeiras informações prestadas, também fiquei sabendo que é viúva, mãe de sete filhos, constrangida a migrar para a cidade, em busca de trabalho. Apesar de pouco mais de cem mil habitantes, a cidade é agitada, com um trânsito caótico, poluído pela buzinação frequente e forte de centenas talvez, de moto taxis, um tipo de motocicleta comum até a parte do acento do carona, onde começa uma cabine com lugar para até três pessoas, que desviam meu olhar pela curiosidade estética, mas até uma certa simpatia despertada em mim que também as adotei em deslocamentos por ali. Acho que isto me identificava como visitante, ou dava mesmo para notar.

Ainda assim, esmerei-me para assegurar à minha interlocutora que a ouvia. Dispensamo-nos algumas palavras, algum tempo ao comentário sobre os problemas de sua família, um problema socioeconômico universal.

Consistiu no introito do qual minha interlocutora de poucas letras, mas deveras muito sábia se valeu para alcançar seu objetivo, para justificar porque em plena manhã de um dia de semana, estava sentada num banco de praça, à espera de alguém a quem pudesse dar seu testemunho sobre Jeová.

Curva-se para apanhar em uma bolsa colocada ao seu lado, uma Bíblia Sagrada que começa a folhear, enquanto reparo que a mesma tem diversos pontos destacados por um marcador de texto amarelo, em diversas páginas, até que encontra o que procurava e lê para mim, que não memorizei, mas lembro que se tratava de referência particularíssima a  Jeová.  

Em seguida, sem alterar o tom, mas de forma mais eloquente começou a explicar a passagem bíblica e alertar sobre o advento do reino de Deus e suas exigências, segundo os seguidores de sua denominação: as testemunhas de Jeová. 

Ouço-a com atenção não tanto porque me empolgasse, mas para que não se sentisse menos bem, como ousaria fazer diferente? Logo eu que nunca sentei num banco de praça, nem assediei ninguém pela rua para falar do reino de Deus! Trata-se da fé que ela professa, das verdades que a alimentam, que a fazem temente a Deus, que a fazem sentir-se na obrigação de reservar uma parcela do seu tempo para anunciar Jeová.

Eu a ouviria por mais um pouco de tempo, mesmo que pudesse não concordar com tudo que estava dizendo, mas minha presença ali era    casual, aguardava um ônibus que me levaria com ouras pessoas ao lugar do compromisso que tínhamos naquela manhã.

Despedi-me da minha interlocutora de quem me apartei, ouvindo proferir bênçãos para toda minha vida, para minha família, para o que quer que eu faça. Deus a ouça.

Não sei em quanto tempo transcorreu a cena descrita, ao invés, estou certa de que nunca mais me esquecerei, daquela senhora de corpo enlanguescido ainda que volumoso, como é comum, quando os anos passam e para quem pode ter superado bem umas oito décadas de anos, sem óculos, cabelos lisos, presos ao topo da cabeça em coque, rosto ovalado, bochechas pendidas, pele moreno-amarelado característica de quem é originário dos andes, reveladora de sua raça e que lembra seus ancestrais, porque certamente fará parte dos que “brilharão na eternidade como as estrelas no céu, por terem ensinado senão a muitos, ao menos aos que tiver conseguido abordar”. Não faço como ela faz.

O ensinamento que me deixou, também pode não ser exatamente da doutrina que proclama, mas da garra com que o faz, e ainda mais, por ser tão espontânea, por ter deixado para depois afazeres domésticos que pode adiar, por não se envergonhar de numa praça, “proclamar o nome de Jesus” (Mt. 10,33).

Tumbes, Peru 23 de agosto de 2014

12:45




quarta-feira, 10 de setembro de 2014

G R A T I D Ã O

10 de setembro de 2014

Acho que são muito poucas as pessoas que não gostam do dia do seu aniversário. Eu gosto, hoje é dia do meu e já recebi algumas dezenas de mensagens escritas e por telefone. Agradeço a todos.

É uma pena não gostar. Assim, as pessoas fazem prevalecer ideias e pensamentos inferiores à beleza, ao dom, à graça de estar comemorando mais um ano de vida.

Comemorar é ser agradecida a Deus. Vida não é só um espaço entre o dia do nascimento e o da morte. Vida é o chamado de Deus a compor com todo o criado: dos semelhantes a tudo que no ambiente existe, vegetais, terra, mar, pássaros e outros animais, a apoteose que a criação representa e na qual cada um tem uma tarefa a cumprir, o dever de tudo conservar e ainda mais enriquecer e tornar mais bonito para que todos gostem, para que seja aprazível, para que haja harmonia e paz e dai brote um hino de amor ao Criador.
É, portanto, o caso de repetir muitas vezes: a vida é bela! 
Queridos amigos, estou refletindo nesses termos, como parte da motivação que me dou, porque hoje, 10 de setembro, como já disse, é dia do meu aniversário, dia em que se cumpriu o tempo, aquele tempo antecedente, do qual fala o profeta Jeremias: “antes que fosses formado no seio materno, eu te conheci e te consagrei para seres profeta das nações” (1,5).

Assumo, fui consagrada para ser profeta nas nações, Deus me fez semelhante a Ele e me convidou a anunciar seu reino aqui e onde quer que eu vá.

Canto teus louvores, Senhor Meu Deus, agradeço-te pela vida e por viver na tua presença, pela minha família, pelos meus amigos, por todos que fazem questão de manifestar seu bem por mim.


Maria, mãe Santa e Boa, intercede por todos nós, para que sejamos agradecidos e saibamos dar valor a tudo que recebemos.