sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A HORA DO MEIO AMBIENTE É AGORA


Escrevi ainda em 207.
Quando são publicados dados e notícias alarmantes sobre a situação ambiental que ronda, há quem diga que tudo não passa de terrorismo de ambientalistas cri-cris. Há quem continue acreditando que a natureza é tão, mas tão poderosa que não finda nunca. Há quem não decide entender que a hora já chegou, aliás, já passa, de optar por uma ética do cuidado em relação ao meio ambiente com tudo que o compõe, se não, por dever para com as futuras gerações porque talvez se pense que descenderão somente de outros, ou achando que fatalmente não teremos descendentes, por amor a esses pequeninos que hoje, nos enchem de alegria com suas gracinhas, com os sorrisos, com as surpresas de quem vai pouco a pouco descobrindo o mundo.

Já não se pode continuar ignorando que o desmatamento desenfreado está a conclamar que é preciso correr atrás dos danos causados. Partir com seriedade no sentido de revitalizar nascentes, de repor florestas, ao menos, a reserva legal, de refazer os corredores ecológicos, de fazer retornar o verde que canta salmos mil à vida.
Talvez poucos saibam que o oxigênio que respiramos foi colocado na atmosfera mediante um longo processo de atividade das plantas. Sem esta ação nenhum ser humano povoaria hoje esta terra. Ao contrário, a exploração desmedida do ambiente, também ao longo dos tempos, foi libertando grandes quantidades de gases que, ao provocarem o efeito estufa, evitaram que a Terra tivesse entrado num período glacial, com as conseqüências inerentes para a vida do mesmo homem. Por sua vez, a atividade solar que, se até agora foi compensada pelo biossistema através da absorção do CO2 e da diminuição do efeito de estufa, poderá atingir os limites de compensação num horizonte temporal inferior ao que até há bem pouco tempo era previsível.

É aqui que entra, para ficar,  a adoção de uma ética do cuidado. Ética esta que é a mesma que faz resplandecer um contexto perfeito de harmonia e paz nos relacionamentos e na convivência entre os humanos, entre estes e o mundo criado, de todos para com o meio ambiente. Cuidado com o rio, cuidado com a floresta, cuidado com o mangue, cuidado com as inumeráveis vidas que nos fazem ser por causa delas, o país megadiverso do mundo.
Implica também deitar um olhar sobre a história e verificar que nossos antepassados já temiam pelo que hoje acontece.  Foi o caso do Patriarca Bonifácio de Andrada e Silva que em 1823, na luta pela libertação dos escravos, advertiu: “A Natureza fez tudo a nosso favor, nós, porém pouco ou nada temos feito por ela? ... com o andar do tempo, faltarão as chuvas fecundantes que favorecem a vegetação e alimentam nossas fontes e rios, sem o que nosso Brasil, em menos de 200 anos, ficará reduzido aos páramos e desertos áridos da Líbia  ... virá este dia (dia terrível e fatal), em que a ultrajada natureza  se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos”.  Façam-se as contas...
A hora do ambiente é agora, um ambiente sadio é direito e dever de todos. Não vale pensar que deve passar muito tempo até que uma árvore ou palmeira cresça. É preciso ter a sensibilidade de Martin, que afirmou: “apesar de o mundo acabar amanhã, ainda assim, gostaria de plantar uma macieirinha”.