segunda-feira, 4 de agosto de 2014

POR UMA TERRA SEM MALES


        Que a terra me perdoe, pois, sempre evidencio todos os dias especiais quando caem na segunda-feira ou por perto.  Segunda passada, 22 de abril,  foi DIA DA TERRA e não me dei conta. E conta não me dei exatamente porque apesar de  à terra todos devermos muito em atenção e carinho, não retribuímos pelo quase tudo que dela nos vem.

        Temos tudo a aprender com quem ainda a cultua de forma radical, os povos indígenas que ainda vivem das próprias tradições e culturas.

        Vale a pena ler alguns trechos da carta do Pele Vermelha ao Grande Chefe dos EEUU, (1854), quando este quis comprar-lhes uma grande extensão do próprio território.

        "Como se pode comprar ou vender o firmamento ou ainda o calor da terra? Tal idéia para nós é desconhecida”.

        “Se não somos donos da frescura do ar, nem do fulgor das águas, como poderão vocês comprá-los?  Cada parcela desta terra é sagrada para o meu povo”.

                “Cada brilhante mata de pinheiros, cada grão de areia nas praias, cada gota de orvalho nos escuros bosques, cada outeiro e até cada zumbido de cada inseto é sagrado para a memória e para o passado do meu povo. A seiva que circula nas veias das árvores leva consigo a memória dos peles vermelhas”.

        “Os mortos do homem branco esquecem-se do seu país de origem, quando empreendem as suas viagens no meio das estrelas; ao contrário, os nossos mortos nunca se podem esquecer desta bondosa terra, ela é a mãe dos peles vermelhas”.

        “Somos parte da terra e do mesmo modo, ela é parte de nós próprios. As flores perfumadas são nossas irmãs, o veado, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos; as rochas escarpadas, os úmidos prados, o calor do corpo do cavalo e do homem, todos pertencemos à mesma família”.

        Se alguém não tiver  capacidade de se arrepiar com essa carta, ainda não descobriu ou se esqueceu da extensão da  importância da terra.

        É preciso falar da terra, falar com as crianças. E se falarmos, elas vão entender. Letícia Barletta tem 8 anos e acompanhava seu pai, numa oportunidade em que este dirigiu-se a certo gabinete oficial. Pelo aspecto do ambiente, entendeu que se tratava de alguma autoridade. Aboletou-se em uma das poltronas e com toda simplicidade que grandes olhos azuis emolduram, foi logo dizendo: Tenho uma reclamação a fazer. Pois não, fala, Letícia! O senhor manda tirar o lixo por ai a fora, limpa os rios e o mar, porque minha professora disse que no ano 2016, a água vai acabar”.

        Criança entende tudo, não as deixemos desinformadas.

        Salvemos a terra, compete a nós e só nós o poderemos fazer. Para isto é que, por exemplo, o Instituto “TERRA DA GENTE”  patrocinado pela  CST, CESAN, ARACRUZ E BELGOMINEIRA realizará nos dias 5, 6 e 7 de junho próximos,  o “1º Simpósio Nacional do Meio Ambiente em Vitória”. Todos que estiverem interessados são convidados a participar gratuitamente. Com certeza, vão perceber que terão sido  capacitados para enfrentar a luta,  por uma terra sem males!. 

Marlusse Pestana Daher

Publicado em 29/04/02  A GAZETA