Para
Sócrates, filósofo grego, o governante perfeito devia ser filósofo, partindo do
pressuposto de que “as ideias
pertencem a um mundo que somente os sábios conseguem entender”.
Já Bobbio considerou a política
como “forma de atividade humana, estreitamente ligada ao poder, direito de
deliberar, agir e mandar, faculdade de exercer a autoridade, a soberania, o
império de dada circunstância ou a posse do domínio, da influência ou da
força”.
Com exceção do requisito filósofo, concordo com os
dois: sabedoria é indispensável ao bom discernimento, à melhor escolha ou capacidade
de “ver, julgar e agir”. Determina a práxis do homem investido de poder sem
confundir como sobreposição aos verdadeiros donos, nem se sirva do mesmo, para
satisfazer caprichos pessoais, tramar com a desonestidade, esquecer que na
verdade, o mandatário é um servidor do povo.
Aos militantes na política muitos poderes são
outorgados, mas não ficam ao arbítrio de nenhum, as escolhas do que
especificamente deve fazer, e até por isto, só resta investido no cargo
respectivo, mediante posse, quando profere juramento solene de que cumprirá a
Constituição do país.
Já que nossa Carta Magna prevê “que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos”, apossar-se do poder é arrogância, sabe à apropriação
indébita, ou agir com improbidade.
Nem é o caso de nenhum detentor de
poder sentir-se à deriva, ou partir afoito em busca de objetivos a serem
alcançados, uma vez que de novo a mesma
C.M. os esculpiu: Art. 3º
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma
sociedade livre, justa e solidária; II -
garantir o desenvolvimento nacional;
III
- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
De política muito se fala e cada cidadão entende
dela ao menos um pouco. Mas dos parâmetros acima, para uma política com
grandeza, a maioria não sabe e o que é pior, mediante o que vê, ouve, tem
notícia de qualquer modo, forma conceitos e adota princípios que se distanciam
dos ideais que levam ao desenvolvimento e constituem uma Pátria que seja
realmente de todos.
Diante das notícias estarrecedoras de corrupção, da
falta de caráter não de políticos, mas verdadeira corja, precisamos acordar e
dar-lhes fim, aos politiqueiros, aos orquestradores de conchavos, aos que
desvirtuam a nação e só pensam nos próprios interesses.
Marlusse Pestana Daher
Vitória, 17 de setembro de 2014
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