domingo, 9 de novembro de 2014

NÃO SÓ DE PÃO VIVE O HOMEM

Quando parte fica branca, não consigo tirar, desculpe. 
Sem fundamento, mas já ouvi dizer, de determinada disciplina do currículo escolar: “não tem serventia nenhuma”. Uma grande bobagem!

No meu “ginasial”, os livros didáticos que nos iniciavam na conquista da cultura eram completos.  Poderíamos entender melhor de quase tudo, do que é ser cidadão, do que é ser democrata, se melhor tivesse sido a plantação por parte de quem devia ministrar conhecimentos.

Continuamos tempos a fora, a choramingar as deficiências da nossa educação. Sua falta continua provocando resultados indesejáveis e sacrificando desde individualidades à grandeza da Nação. A maioria dos conhecimentos detidos pela nossa gente são frases feitas, conceitos aprendidos sem acuidade, simplesmente ouvidos de quem ouviu simplesmente e simplesmente transmite. Apesar de promovermos até eleições para os mais altos cargos do exercício do poder.

Democracia, palavra da vez. Traduz-se em governo do povo, ou seja, “é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal. Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política. É tão comum ser assim traduzida que da menção acima, encontrada em Wikipedia, não consta nome de autor.

Sem consciência do que é viver democraticamente, acabamos por ser superficiais no tratamento das coisas, acabamos por ser demasiadamente crentes e nos deixamos levar pela primeira aura de um nem tão sincero afago ou de um gesto de pseudo solidariedade. E o que é pior, deixamo-nos sucumbir ante o ardil de S. Exª, o marqueteiro.

A maior prova está no resultado das eleições presidenciais. Seria outro, se a democracia fosse vivenciada em sua extensão, se ao invés de dar o pão, salvo extrema necessidade, se ensinasse a pescar, se nossa gente fosse tratada olhando-se primeiro para sua dignidade de pessoa, se não fosse usada para alcançar o poder e uma vez lá, as estratégias governamentais não fossem mero faz de conta, sem colocar a Nação a serviço de qualquer partido, se a coisa pública em nenhum momento fosse profanada com tantos desvios e tanta roubalheira.

Democracia é sim governo do povo. Tal verdade, contudo não se completa se lhe faltar o complemento dela indivisível, pelo povo. Governo do povo, pelo povo é muito, muito mais do que encher barriga, até porque cumpre-se não se olvidar que não é só de pão que vive o homem.
Marlusse Pestana Daher,