Tenho pensado muito
nos momentos que Nossa Senhora terá vivido, quando o Anjo Gabriel saiu de sua
casa, levando o consentimento que deu para que Jesus se fizesse homem.
Afinal de contas,
Maria era uma mulher da mesma natureza das demais e plenamente humana. É
possível que tenha provado momentos de dúvida, mesmo que dimuísse sua fé.
Poderá ter
perguntado: será que eu vi mesmo o Anjo? Falei com ele? Estou grávida do Filho
de Deus? E ficou em silêncio, mesmo ante a perspectiva de deixar José confuso
ou sem entender o que estava acontecendo.
Lembra que o anjo
também lhe dissera que sua prima Isabel esperava um filho, apesar de sua idade
avançada, porque “para Deus nada é impossível”. E, “naqueles dias, Maria foi às
pressas às montanhas da Judeia”. A particular condição de Isabel propiciaria
que, como ninguém, poderia entendê-la.
Essa certeza
animou–a ir-lhe ao encontro, e qual não é sua surpresa ao constatar que sem
nada dizer, a prima de tudo sabia, quando a saúda: “que sorte, não é que o
menino acaba de exultar de alegria no meu ventre, bem aventurada és tu, porque
acreditaste nas coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas”! Foi quando Maria
respondeu com o Magnificat.
É possível
imaginá-las, abraçadas, ingressando casa adentro, o servir de alguma coisa para
quem depois de caminhada, certamente carece, o comunicarem as maravilhas
operadas por Deus em suas vidas. Isabel terá dito o porquê da mudez do esposo
Zacarias.
Nos dias seguintes,
outras comunicações entre elas guardavam o mesmo tom de quem espera um filho,
nos seus casos em particular, sobre a particular missão que a ambos estavam
destinadas.
Guardadas as devidas
proporções, reconheçamos que também nós temos muito a agradecer.
Aprendamos com Maria
e tenhamos sempre entre os lábios um canto de louvor ao Deus que porque tanto
nos ama, nos criou.