quinta-feira, 23 de julho de 2015

DIFICULDADE DE QUEM ESCREVE

Digamos que tenho na literatura uma ocupação. Partilho minhas energias através de duas academias e tenho participado ativamente do que fazem. Entre nós, há uma produção anual “pra ninguém botar defeito”. São textos em todos os gêneros, publicados em jornais,  revistas e na internet.  Entretanto, são poucos os que lograram se firmar como colunistas fixos em “A Gazeta”, por exemplo, ou conseguem chegar ao caderno “Pensar”, que até mudou de cara, mudou seu formato original, exclusivamente produção literária e onde também se nota que outros poucos publicam com bastante frequência, enquanto um bom número atesta não ter a mesma sorte.


Em dois ou três municípios vigora lei de incentivo à cultura,  excelente ajuda, mas que também por razões óbvias não contempla tantos. Por outro lado, mesmo editados, boa parte dos livros pode ficar empilhada em algum lugar na casa do autor, ou na casa do Presidente, tratando-se de academias.

Se vamos às livrarias, lá encontramos muito mais estrangeiros que brasileiros, estes mais prováveis, em se tratando de Fernanda Torres, ou Maitê Proença. Confirma-se que santo da terra não faz milagre.

As pessoas em geral, adoram ganhar seu livro, mas pagar por ele... nem pensar.

Ao lado disto, há a questão do pouquíssimo gosto pela leitura. Num desses passeios solitários pelas ruas do centro de Vitória, dia desses, chamou-me atenção sua desertificação, ao mesmo tempo, a multiplicação de farmácias. Em todos os bairros, elas também surgem imponentes a cada dia,  verdadeira opulência econômica atesta o quanto a população anda doente. Uma das causas, digo, sem receio de errar é também falta de leitura, leitura que instrui, abastece culturalmente, distrai e deleita, logo, manda para longe o estres.

Há lei que obriga, (coitada da lei), mas a maioria das escolas não conta com bibliotecas, os livros que ganham, segundo depoimento que ouvi, ficam no gabinete da diretora de onde acabam sumindo.

O alunado não tem estímulo para a leitura. Não conhece autores, há os que nunca leram um livro.

Sorteiam-se livros em eventos e nota-se que “todo mundo”  quer ganhar, mas há quem leva  para casa, guarda numa gaveta e pronto.

Atesta-se a generosidade dos autores que têm doado suas obras para escolas, na esperança de que haja proveito. Mas chega a ser doloroso, aliado à renuncia de ler, de prejuízo incalculável, está o não pensar que um livro tem preço não só material, mas equivalente ao longo trabalho que custou ao seu autor.

Nem se olvide que o conteúdo de muitos registra a história a qual a todo povo compete preservar.


O escritor pede ajuda, para produzir e que seu livro seja adquirido e lido. Quem quer ajudar?