segunda-feira, 5 de outubro de 2015

NA CASA DE LU E TATÁ


Sábado desses, fui almoçar com meus amigos Lu e Tarcísio na agradabilíssima casa em que moram na Praia de Carapebus, Município da Serra. 

Entrei no meu carro, liguei o GPS e peguei a estrada. Como nem sempre confio no aparelho, vendo outras indicações com o mesmo nome da praia do meu destino, enveredei por outros atalhos, só dava errado. E pensar que já me dirigia para lá, pela segunda vez. Sou assim mesmo, de vez em quando, prefiro caminhos mais longos...

Enfim, depois de avisá-la por telefone, cheguei e fui recepcionada sob risadas da minha amiga que se divertia com, tenho que confessar, minha incompetência direcional. 
Tudo bem, beijinhos, abraços. Claro que ao seu lado, estava, como sempre sorridente e igualmente acolhedor, o marido, Tatá como ela o chama.
   
Com Lu, a conversa pode girar desde filosofia, computador, crônica ao mais comum do dia a dia. Podemos conversar sentadas, mas circulamos pela casa, pelo jardim e pelo quintal, onde eles têm um pouco de várias coisas.

- Vamos fazer uma limonada! E ai entra tarefa de competência do Tatá que pega uma escada, sobe, enquanto Lu, com uma mão o segura e com a outra, a escada. Limões suficientes para o momento, ele não desce sem antes dar uma balançadinha como se fosse cair, sob os protestos dela. Mas isto não é nada. A cada hora ele apronta alguma. Dificilmente diz coisa, sem uso de engraçadas metáforas. É seu modo de ser, melhor, de viver.

Estoura uma quase espumante. Mesa posta, vamos almoçar, uma comidinha super gostosa e saudável. A conversa rola e mesmo depois, ainda ficamos à mesa. Tatá tirou os pratos e nada menos se põe a lavá-los na pia da cozinha. Logo em seguida, tudo estava na mais perfeita ordem.

Antes já me dera uma aula de como obter roupas mais limpas, usando a máquina.

Ali naquele aconchego amigo, eis que o moço entra apressado pela porta de trás: cadê a máquina? cadê a máquina? Ela: tá aqui. Ele pega sempre apressado e sai. Lu me explica que ele estava querendo fotografar um passarinho muito bonito que os andava brindando com sua visita. Depois de alguns poucos minutos aparece perguntando:

- Como é o nome daquela coisa, símbolo do comunismo?

- Foice, responde Lu.

Pois é, foi-se (o passarinho foi-se)! E eu soltei mais uma gargalhada, outras a precederam, sempre com algum lance espirituoso desse amigo legal. Lu carinhosamente o  recrimina: “assim Marlusse vai sair daqui com a barriga doendo de rir de suas palhaçadas”. Na verdade, me divirto.

Que coisa boa chegar na casa de amigos, circular pela casa, sentir-se inteiramente acolhida.

Que bênção vê-los sorridentes, se entendendo tão bem,  vivendo um para o outro, tão em comunhão de vida, de objetivos, unidos sem dúvida pelos laços de um forte amor.

Esta até pode ser uma crônica incompleta, muitas outras coisas poderiam dela constar. Suficiente, no entanto, para não deixar sem registro um dia bonito de sol, tão perto do Atlântico que até se poderia ouvir o marulhar de suas águas, entre pessoas sinceras, sem trejeitos, simplesmente.

Marlusse Pestana Daher,                                                                               5 de outubro de 2015 23:31