Converter-se
é mudar de vida, mudando de vida, mudamos a ótica pela qual
costumamos olhar o
mundo, as pessoas e as coisas.
“Se
olharmos para o mundo com olhos de esperança, vamos ver quantas pessoas
realizam coisas bonitas, lutam contra a miséria, o sofrimento, a injustiça, a
doença, o analfabetismo, a violência. Não há mal nenhum em admirarmos a sua
disponibilidade e aprendermos com o seu empenho e compromisso. Mas é preciso mais. Nós, os crentes,
somos convidados a olhar mais além e assim ver Deus por detrás de cada gesto de
amor, de bondade, de coragem, de compromisso com a construção de um mundo
melhor. O nosso Deus que tudo construiu, continua a construir, dia a dia, a
história da salvação, para isto chama homens e mulheres para colaborarem com
Ele na salvação do mundo.
De tal
prática, vamos entender que Deus tem critérios diferentes dos critérios humanos
e que a sua lógica nem sempre coincide com a nossa. (Dai porque nem sempre o
que pedimos nos é dado – os pensamentos de Deus não são os nossos). “Deus não
vê como o homem; o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração” – diz o
texto. É preciso entrar na lógica de Deus e aprender a ver, para além da
aparência, da roupa que a pessoa veste, do “curriculum” profissional ou acadêmico;
é preciso aprender a ver com o coração e a descobrir a riqueza que se esconde
por detrás daqueles que parecem insignificantes e sem pretensões…
É
preciso, sobretudo, aprender a respeitar a dignidade de cada homem e de cada
mulher, mesmo quando não parecem pessoas importantes ou influentes. Como
acontece nos “guichets” dos nossos serviços públicos, nas salas de espera de
qualquer serviço, e até no serviço de acolhimento praticado em algumas igrejas.
Os
quarenta dias que antecedem a festa da Páscoa representam um tempo forte na
vida da Igreja, tempo de 'purificação' e de 'iluminação', durante o qual todos
somos convidados a rever as dimensões de nosso batismo. Condição indispensável
para tudo, ouvir, ouvir o Mestre que fala.