domingo, 31 de dezembro de 2017

RECOHEÇAMOS. GRANDES COISAS FEZ O SENHOR

Marlusse Pestana Daher

Cada ano que passa representa uma etapa da vida que se viveu e os sentimentos que provamos variam de pessoa para pessoa, passa pelas circunstâncias pelas quais cada um querendo ou não teve que vivenciar, deliberadamente ou por aquela impossibilidade que se assemelha a do “rio que estremece quando se avizinha do mar e lembrando de sua trajetória teme a própria sorte, mas como não tem jeito de voltar, ingressa oceano a dentro e quando dá conta de si, virou oceano também” e entra no bailado das ondas e já não se lembra do passado ainda que muito  próximo.

Centenas de votos de feliz ano novo, com prosperidade, com alegria, com sucesso e tudo que há de bom, chegaram-nos de amigos mais ou menos íntimos, de amigos virtuais que sequer conhecemos os rostos, expressados do mais profundo do coração ou simplesmente por mera formalidade, mas todos formulados lá no fundo do coração onde tem uma sementinha geradora de sensiblidade, da  maior qualidade.

Inúmeros são os protestos de que devemos crer em Deus, de que a fé nos deve acompanhar, que Deus nos conduz, que é Pai e Mãe para nós, que nos amou tanto que deixou de lado sua natureza e vestiu-se da nossa, para dar a maior prova de “amor que pode ser dada de um amigo a outro: a entrega da própria vida”.

Mas também não se pode dizer que apesar de termos absoluta a mais profunda certeza de que tudo isto é verdade, quando a dor chega e certas vezes tão forte, se duvida, ainda que ao mesmo tempo nos consolando ao lembrar: “que quando Jesus sentiu que chegou a sua hora, sofreu profundamente e ainda que condicionando o que pedia à vontade do Pai se fosse da vontade dele, pediu: “Pai, afasta de mim este cálice”.

O mundo caminha a passos largos para sua autodestruição, é desenfreada a ganância de mandatários investidos das funções governamentais, legislativas e judiciárias cujo poder não  lhes é próprio, pertence ao povo em nome do qual deve ser exercido. Mas também  um povo que  “não está nem ai” e candidato bom é aquele “que lhe der mais”

Houve sofrimento derivado das estruturas, houve muito, no âmbito das famílias existindo as que tiveram que chorar perdas dolorosas dos seus amados. Como dói, como custa a passar, dói tanto que a sua expressão maior, a lágrima, jorra aos borbotões a ponto de quanto a gente se apercebe já molharam o chão que se está pisando. Por que a morte tem que chegar deixando ainda insolúveis tantos pequenas questões...
 
Rita de Cássia Pestana Daher
Irmã querida,  há 23 dias voltou para o Pai.
Saudades.

Mas como se diz, a vida continua, em horas ai estará o novo ano a ser vivido. Deve ser encarado com coragem, sem prantos, de frente, pois são 365 dias para fazer com que as coisas mudem e a vida seja melhor.

O que não deu certo no ano passado que seja lição a ser estudada e usada para não repetir erros. Os sofrimentos devem mudar de cor que sejam brilhantes e nos encham os olhos. As alegrias, redobradas e multiplicadas, os talentos recebidos tais e quais os confiados por aquele Senhor aos empregados já que empreenderia longa viagem, não podem ser enterrados, mas usados da melhor forma para que se multipliquem.

Pensando bem, muito foi recebido, tudo que nos deram nossos semelhantes deve ser agradecido, as mágoas mandadas para longe. É preciso reconhecer as graças recebidas e que certamente, estas sim, foram muito e muito mais numerosas. Em 2017, abrimos os olhos 365 vezes e pudemos ver tudo, houve um pedaço de pão para comer, pessoas que nos disseram “gosto de você” e ainda muito mais que de tantos se torna  impossível elencar.

Juntemos todos os nossos sentimentos e ofereçamos em oblação ao Pai, será um sacrifício agradável e a recompensa  abundante constituída dos melhores frutos.


Feliz Ano Novo.


Vitória, 31 dedezembro de  2017                                                                                       10:25