MULHERES
SACERDOTISAS
Escrevi este a artigo e publiquei em 13 de agosto de 2001, revirando arquivos, o encontro e resolvi republicar, pois,
não é que nada mudou!
Não sem ser seriamente questionada, a Igreja Católica continua a não admitir mulheres à ordenação sacerdotal. Logicamente, muitas têm sido as explicações dadas para tanto. A que mais se ouve é que Jesus não teria
escolhido mulheres para seu discipulado.
De fato, quem lê os Evangelhos, escritos por homens, não encontra em
nenhuma passagem, uma mulher sendo chamada ao Seu seguimento, a exemplo do que
fez com os doze. E ainda mais, por que entre aqueles, foi escolhido um ao qual
foi dito, "o que ligares na terra estará ligado no céu" e quem hoje
consideramos seu sucessor, o Papa, tem demonstrado de todos os modos que o
sacerdócio, na Igreja Católica, não está aberto ao ingresso de mulheres.
O teólogo, Mons. Bruno, porta-voz do Vaticano, a quem D. Mauro se dirigiu, optou por responder como teólogo
apenas, nada acrescentou.
"Entre Todos os Homens" é um romance que nos foi presenteado
por Frei Beto, como resultado de pesquisa por longos doze anos, na Bíblia, na
paisagem, nos costumes e da geografia da Palestina onde Jesus viveu.
Pela aproximação que faz dos sentimentos divinos com os nossos, mais
precisamente pela demonstração humaníssima com que o filho de Maria e José é
ali tratado, pareceu-me que pudesse buscar, nem que fosse uma palavra a mais,
justificadora do que na Igreja é assegurado a respeito do assunto que abordo.
Curiosamente, no capítulo "Os discípulos", deparo-me com um
Jesus que "não quer volver os olhos dos penitentes aos pecados cometidos e
sim ao futuro, lá onde se situam o novo céu e a nova terra prometidos por Jeová
pela boca dos profetas". E quando André insiste em muitas referências
sobre o que recomenda, ouve: "André, não me importa o que se diz dessa ou
daquela pessoa. Conheço pelos olhos o coração humano". Taí, pensei comigo,
Jesus não está interessado nos currículos... mas nas respostas que dão ao seu
convite.
Ainda no citado romance, li em desprezo à mulher: "Bem que dizem
que é melhor atirar a Torá às chamas que permiti-la às mulheres". Natanael
faz questão de enfatizar que consideravam desabonadores antecedentes de Tamar
que com a morte do marido se disfarçara de prostituta, Taab que era meretriz em
Jericó, Rute, bisavó de Davi, era morabita, e sabem para quê, pertenciam a
linhagem de Davi como José, o pai de Jesus, justificando por que não poderiam
esperar tanto de um filho que pudesse ter um tal homem como pai.
Do que concluo: não passa bem pelo fato de ser mulher, pois, como
capacidade pessoal ela já provou que pode fazer tudo tão bem ou melhor do que o
homem, mas porque ainda há preconceito, uma miragem formada de alguma suposta
atitude do Mestre.
Outras confissões, igualmente cristãs, contam com suas pastoras
desempenhando santamente a função.
Quando Jesus caminhava para o calvário, foi acompanhado também por
mulheres. Entre os concelebrantes da primeira missa realizada no Gólgota, se
contavam mulheres, uma delas Maria, a mãe da vítima ali oferecida em
holocausto. Em breve(1), a Santa Mãe Igreja também terá que fazer uma consulta ao povo:
mulher pode ser sacerdotisa? Vai dar uma avalanche de sim.
Marlusse Pestana Daher
13/08/2001
"Em breve..." errei feio, já vamos para dezesseis anos e sequer se cogita.